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Nordeste: Pouco mudou quando as quatro patas viraram duas rodas. – Luís Sucupira

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Nordeste: Pouco mudou quando as quatro patas viraram duas rodas.

 

Chinelas japonesas, bermudas, camisas de manga curta, bonés… Se você pensou que estes itens estão relacionados a ir à praia, ao parque ou coisa parecida, enganou-se. Estes são os equipamentos de segurança da maioria dos motociclistas no interior do Nordeste.

A maioria das cidades, apesar de ter seu trânsito municipalizado, não fiscaliza como deveria. Os mototaxistas são um caso à parte: na maioria dos lugares onde passei eles usam o capacete, colete, calças compridas, sapatos ou tênis. Porém, o restante dos motociclistas anda numa moto como se fosse mesmo ir a uma praia, a um banho de rio ou mesmo a um passeio pela praça ou shopping.

Três numa moto…

É comum ver motociclistas sem capacete carregando na garupa das motos duas pessoas mais bagagem. Crianças que pela idade e tamanho sequer alcançam a pedaleira destinada à garupa, são conduzidas usando capacetes de adultos – maiores que as suas cabeças – e, portanto com grande probabilidade de, num tombo, ter o capacete sacado da cabeça.

Nas minhas andanças (foram 10 mil km nos últimos 90 dias pelo segundo maior mercado de motos do Brasil), conversando com motociclistas, mototaxistas, motoboys, vejo que existe uma clara diferença entre o motociclista profissional e o motociclista digamos, amador. Os que usam a moto a trabalho usam um pouco mais de equipamento de proteção. Apesar de não ser o equipamento adequado é bem melhor que não usar nada. Já entre os amadores a coisa rola solta. Chinelos de dedo, capacetes sem a cinta presa, viseiras abertas, sandálias no retrovisor, capacetes no braço ou sendo usado como chapéu e por aí vai.

E tem mais… Há pelo menos 15 municípios cearenses com cinco vezes ou mais veículos do que condutores que possuem a CNH. O Detran (CE) estima que existam cerca de 300 mil pessoas dirigindo sem CNH no Estado. A criação de um programa para emitir o documento gratuitamente para pessoas carentes é citado pela Folha.

A falta de informação…

Numa breve vistoria em um ponto de encontro de mototaxistas pude perceber o quanto o item segurança é deixado de lado por falta de informação. A grande maioria das pessoas sequer sabia como escolher corretamente um capacete. Alguns usavam capacetes com viseiras opacas e que por estarem neste estado estava sempre aberta, o que é, neste caso, uma infração de trânsito. Muitos pilotam em estradas de terra ou de calçamento e basta um grão de areia no olho para provocar um acidente grave.

Bastou alertar sobre isso para começar a ouvir histórias de companheiros que se acidentaram ou que tiveram que parar a moto com grande dificuldade por conta de um cisco que entrou no olho provocado por uma viseira aberta.

Apesar de serem certificados pelo Inmetro, alguns tipos de capacetes não permitem uma proteção adequada em regiões onde o sol e o calor são os fatores de maior desgaste para equipamento e piloto. O Brasil é um país de vários climas e aqui no Nordeste o problema é ainda mais grave. Não demora muito para um capacete perder a cor e a viseira ficar opaca, pois tais viseiras não foram feitas para o duro clima do Nordeste. O material usado é inadequado. Parece que você está usando uma viseira feita de garrafa pet.  Exatamente por isso a maioria dos motociclistas no interior acaba deixando a viseira aberta e recebendo uma multa por isso.

Outro pronto preocupante está relacionado à forma como os capacetes são comprados. Eles não sabem como escolher e a maioria compra por preço e por obrigação, pois se não usar leva multa cara e tem a moto apreendida. Tudo errado! A escolha deveria ser motivada, primeiro, por segurança. Se os motociclistas primassem pela proteção deles em primeiro lugar, o fator preço seria secundário e a parte que trata da punição nem seria incluída nesta lista e os tais capacetes com 20% de plástico e viseiras pet teriam que mudar por conta de não serem mais os escolhidos.

A falta de informação antecede a falta de educação. Se você não conhece o porquê e exatamente por isso não usa, alguma coisa precisa ser feita.

Sol e desidratação

Mesmo não existindo um estudo conclusivo sobre o assunto, alguns especialistas alertam para o aumento da incidência de câncer de pele em motociclistas no Nordeste tem aumentado bastante por conta de uma pilotagem sem nenhuma proteção dos braços. Ultimamente alguns comerciantes e revendedores de moto descobriram que os braços cobertos por aquelas ‘mangas acessórias’ é um ótimo espaço para propaganda e por isso fornecem gratuitamente aos motociclistas e mototaxistas tal acessório. Isso tem ajuda a reduzir o problema, mas nem todos a usam. Poucos sabem que a pele descoberta associada ao atrito com o vento e o sol aceleram a níveis altíssimos o ressecamento, as queimaduras e a desidratação. A desidratação é outro grande inimigo de quem anda de moto pelo Nordeste e acredite: ela mata.

Os árabes sabem muito bem disso e por isso usam aquelas roupas que para nós ocidentais se parecem com camisolões, mas não são. A sabedoria árabe nos ensina que a temperatura entre a pele e o tecido será sempre menor que a da pele exposta diretamente ao sol.  Outro ponto importante é saber que quando você sente sede a água já está faltando no seu corpo há 40 minutos e mesmo depois de beber água, o organismo ainda levará outros 40 minutos para realizar todo o processo de reidratação e metabolismo, já que só existem duas maneiras do nosso corpo eliminar água: suor e urina.

Cientistas e pesquisadores preocupados com a saúde do motociclista nordestino

Estudo publicado nos Anais do XIV Seminário de Iniciação Científica da Universidade Estadual de Feira de Santana, UEFS, em 18 a 22 de outubro de 2010, de autoria de Felipe Souza Nery e Maura Maria Guimarães de Almeida, respectivamente, Bolsista PIBIC/CNPq, Graduando em Enfermagem, Universidade Estadual de Feira de Santana; e Orientadora do Departamento de Saúde, Universidade Estadual de Feira de Santana, intitulado como “PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES DE TRABALHO ENTRE MOTOTAXISTAS DE FEIRA DE SANTANA, BAHIA” alerta para as lesões mais comuns de motociclistas nordestinos quando se envolvem acidentes. Dos acidentes que estudaram em 42,9% há algum tipo de lesão que atingiu as extremidades dos membros superiores (punho e mão) contrapondo as lesões localizadas na região da cabeça e pescoço.

Em outro estudo  (Diagnóstico de lesões e qualidade de vida de motociclistas, vítimas de acidentes de trânsito. Rev Latinoam Enferm 2003; 11:749-56 SANTOS, Ana Maria Ribeiro dos et al. Perfil das vítimas de trauma por acidente de moto atendidas em um serviço público de emergência. Cad. Saúde Pública [online]. 2008, vol.24, n.8, pp. 1927-1938. ISSN 0102-311X) Santos  analisa os traumas ocorridos em motociclistas após os acidentes de trânsito provando que, em mais da metade das vítimas, os membros  inferiores  representaram um dos segmentos corpóreos mais atingidos. O mesmo estudo, evidenciou também, que a maioria dos óbitos concentraram naqueles que não utilizavam o capacete, confirmando ser este risco dez vezes maior entre aqueles que não fazem uso deste equipamento. Este fato evidencia a importância do uso do capacete como equipamento de proteção individual sendo obrigatório tanto para o passageiro quanto para o condutor ao circular em vias públicas (CONTRAN).

Ao mesmo passo, de todas as lesões 59,3% foram classificadas como ferimento leve, 25,0% traumatismos superficiais, 9,4% fratura e 6,3% luxação, entorse ou distensão das articulações e dos ligamentos. Saber que a simples utilização de proteção para as pernas, tipo caneleiras e joelheiras, que custam cerca de 60 reais, reduziria sobremaneira o índice de gravidade dos ferimentos provocados por um acidente com moto, só confirma a nossa impressão de que a falta de informação é que gera a falta de educação e com ela a postura de não querer utilizar o equipamento de proteção.

Chove Chuva

No feriado de Corpus Christi de 2011, em uma das noites, choveu em Aquiraz, Ceará. Estávamos em um animado bate-papo na casa de praia da família. Dentre os presentes estava meu amigo Léo, Coordenador do SAMU em Aquiraz. Na hora que começou a chover ele virou pra mim e disse: “Hoje será ainda pior do que ontem. A bebedeira associada a essa chuva vai aumentar ainda mais os acidentes. Hoje caem também os que não bebem”.

No dia seguinte ele estava no plantão e liguei para saber se a previsão estava correta. E foi isso mesmo que aconteceu. Um aumento de 25% nos índices de acidentes. Desses cerca de 40% eram pessoas que não tinham ingerido bebida alcoólica. Tudo isso por causa de uma inocente chuva de feriado.

O Álcool e a fome

É comum no Nordeste Brasileiro, ao fim do dia, dar uma parada em um bar próximo de casa, encontrar os amigos para colocar o “fuxico em dia” e tomar uma dose de pinga antes de ir para casa. Este hábito vem desde o tempo em que o homem do interior andava à cavalo ou em jumentos. Mas as quatro patas se transformaram em duas rodas e o hábito se manteve. Na cabeça desse povo isso nunca foi um problema, pois o animal geralmente o levava para casa mesmo que estivesse completamente bêbado. Agora, mesmo sendo em duas rodas, a tradição ainda permanece, porém, com um agravante: os acidentes com motos no início da noite aumentaram.

Outro fator cultural está no fato de ao acordar pela manhã o sertanejo toma uma xícara de café preto e sai para trabalhar. No caso dos mototaxistas a primeira refeição é feita após receber o dinheiro da primeira corrida do dia. Aqui mora outro grande fator de risco: a fome. A falta de alimentação para quem anda de moto é várias vezes pior do que para quem dirige um carro. A queima de açúcar é ainda mais rápida por causa do excesso de adrenalina e isso pode provocar a hipoglicemia – falta de açúcar no sangue. Quando isso acontece ocorre uma confusão mental e perda de movimentos e reflexos, além de falta de equilíbrio.

O estudo realizado pelos pesquisadores da Universidade Estadual de Feira de Santana, UEFS-BA, dos acidentes estudados, 37,8% ocorreu no período da manhã. O fato de o município ter base econômica no comércio e, portanto o fluxo de pedestres e veículos ser mais intenso no centro da cidade, 51,4% ocorreram nessa região. Além disso, 23% afirmaram não ter tomado café da manhã.

Vejam que a maioria desses problemas aqui listados se resolveria com pequenas intervenções locais e a um custo baixíssimo. As rádios locais, em vez de noticiarem acidentes (que a meu ver são efeitos dessa falta de informação) deveriam combater a causa. Campanhas permanentes de informação, tipo aquelas feitas contra AIDS, câncer etc, poderiam ajudar a mudar o perfil cultural dos motociclistas do interior do Nordeste. Tudo isso seria feito independente da ajuda das autoridades locais, pois não é necessário mais do que um texto, uma voz e 30 segundos 20 vezes por dia, sete dias por semana.

Educar ainda é a melhor maneira de não ser necessário punir o homem. Porém não existe educação sem informação e sem entender a cultura e a linguagem local. É um simples gesto que feito de forma repetitiva, com multiplicidade de informações, visão sistêmica e holística que pode diminuir os acidentes e com eles um exército de mutilados, sem falar nos mortos.

Não basta vender e nem usar moto. Tem que entender para poder explicar e educar. Isso vale para o conjunto homem, equipamento e sistema viário.

 

 

1 comentário em “Nordeste: Pouco mudou quando as quatro patas viraram duas rodas.”

  1. Caríssimo Luis,

    Gostei muito do artigo “NORDESTE: POUCO MUDOU QUANDO AS QUATRO PATAS VIRARAM DUAS RODAS”! Indago desse companheiro se posso reproduzir o texto no meu blog, com os devidos créditos a esse autor. Coloquei um link para o seu site no meu blog e estamos às ordens para a troca de ideias sobre o tema trânsito.

    Atenciosamente,

    Luís Carlos Paulino
    http://direitodeirevir.blogspot.com/

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