Um governo de protestantes – feudal – quer convencer o Papa Francisco que seus bispos são comunistas e que conspiram para desestabilizar um governo eleito democraticamente (sic).
Ora, senhores… Francisco é um jesuíta que lutou contra a ditadura argentina para defender os mais fracos; foi contra muita coisa que este governo aplaude, inclusive a tortura. Agora o governo protestante de Bolsonaro, cuja ministra da Família cria o ‘kit gay’ e o das Relações Exteriores quer combater o globalismo destruindo a nossa globalização conquistada a duras penas pelo ex-presidente Lula.
Francisco jamais desautorizará seus bispos, pois sabe ele que os problemas no Brasil são graves para as minorias e pioraram depois da subida de Temer ao poder. Por outro lado Francisco não cederá aos caprichos de um governo militar, eleito sob a marca das fake news, carregado de laranjas e ligados a milicianos cujas mãos estão sujas do sangue de pessoas como Marielle Franco.
Espionar bispos mostra o tamanho da esquizofrenia que está mergulhada uma gestão de malucos misturadas com doentes mentais como Ernesto e Damares; com um ex-juiz aproveitador, um economista que adora bancos e fundos de investimentos e, não sabe o que é um país comandado por uma família de milicianos.
A pauta defendida pelos bispos tem como ponto de partida a provocação enviada como guia para o encontro, baseada no compartilhamento da trajetória com os povos amazônicos até aqui e sugestões para aprimoramento das reflexões do sínodo, cujo tema é “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.
O governo protestante de Bolsonaro quer que a Itália – que não tem nada a ver com o problema – convença o Papa Francisco a conter o que considera um avanço da Igreja Católica na liderança da oposição ao governo, como efeito da perda de protagonismo dos partidos de esquerda. Em nota divulgada na noite de domingo (10), o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) confirmou que existe “preocupação funcional com alguns pontos da pauta” do evento e que parte dos temas “tratam de aspectos que afetam, de certa forma, a soberania nacional”.
Para Bolsonaro a situação dos povos indígenas e quilombolas e mudanças climáticas são consideradas “agendas de esquerda” pelo Planalto. Ou seja: a causa humanitária e de meio ambiente é coisa de comunista. O governo quer ter representantes nas reuniões preparatórias para o encontro em Roma – agora advinha quem poderá ser o representante? Um certo gordinho, ex-protestante e que virou católico para fazer a campanha de Bolsonaro na Igreja Católica e que, junto com padres de direita, acabou ajudando a eleger uma família de milicianos. Tudo apenas estimulando o ódio e o preconceito da classe média para com os pobres. Toda a campanha do falastrão Bernardo Kürten, filhinho de papai e olavete declarado é direcionada contra a CNBB e muitos que caíram na conversa do ex-protestante hoje têm vergonha de admitir o erro. Agora é tarde e nem Mourão na Casa resolve.
Um governo que teme senhores letrados e de alta formação é um governo que pode ser facilmente abatido com palavras, canetas e livros; sem dispensar as orações. Afinal, Deus seria brasileiro. Ou pelo menos era. Diante de tantas catástrofes que romperam neste novo governo, eu acho que Ele deve ter deixado o país para que o reinado bíblico de 1000 anos de choro e ranger de dentes possa acontecer.
Por Luís Sucupira
Jornalista e escritor