”Percep\u00e7\u00e3o \u00e9 a \u00fanica coisa que conta” <\/em><\/p>\n Tom Peters<\/p>\n Nos Estados Unidos, as mulheres j\u00e1 controlam 53% dos investimentos, al\u00e9m de 80% das decis\u00f5es de compras para a casa.<\/p>\n H\u00e1 uns dois anos abordei um tema informando que as mulheres estavam comprando mais produtos de inform\u00e1tica nos EUA do que os homens. Pol\u00eamico, pois nem todos os homens conseguem admitir esse poder milenar das Mulheres, o artigo traz tend\u00eancias que hoje se confirmam.<\/p>\n Segundo a HSM – Marketing “O avan\u00e7o feminino aplica-se tamb\u00e9m ao mundo dos neg\u00f3cios eletr\u00f4nicos. Segundo a empresa de pesquisa de mercado Communications, em menos de dois anos as mulheres compor\u00e3o o maior p\u00fablico on-line.” Para acessar esse mundo maravilhoso de compras as mulheres precisam ter computadores e quem vai decidir isso? Homens? N\u00e3o! Mulheres!<\/p>\n No Brasil elas j\u00e1 decidem a compra do apartamento, do autom\u00f3vel, das roupas, do lugar onde vamos passar as f\u00e9rias e est\u00e3o influindo fortemente na decis\u00e3o de compra do computador da fam\u00edlia.<\/p>\n Chamo de ‘computador da fam\u00edlia’ aquele que \u00e9 utilizado por todos da casa. Semelhante a tv, esse computador \u00e9 utilizado por sistema de turnos obedecendo uma escala de hor\u00e1rios anteriormente negociados.<\/p>\n Como a decis\u00e3o de compra da mulher n\u00e3o aparece na maioria dos dados de pesquisa, podemos afirmar que, algumas desses dados de perfil de compra est\u00e3o ‘furados’. As mulheres est\u00e3o decidindo e os maridos, companheiros, amigos ou namorados est\u00e3o ajudando e por vezes dividindo os custos com elas. Eles mostram as op\u00e7\u00f5es e elas decidem qual levar. E definir ‘qual levar’ \u00e9 decis\u00e3o final de compras.<\/p>\n Vamos lembrar alguns dados de 2003 no primeiro artigo:<\/p>\n “Desde de 2003 que mais da metade de tudo que se compra em tecnologia na Am\u00e9rica do Norte \u00e9 adquirido por elas. Dos 96 bilh\u00f5es de d\u00f3lares vendidos por essa ind\u00fastria em 2003, 55 bilh\u00f5es sa\u00edram das bolsas das mulheres. E n\u00e3o ficou s\u00f3 nisso, elas tamb\u00e9m ‘botaram o bloco na rua’ e se queixaram de um tal mercado que n\u00e3o se preocupa com elas. Acostumadas a discutir a rela\u00e7\u00e3o, a qualquer hora do dia ou da noite, as filhas de Eva, detonaram a serpente, jogaram a outra metade da ma\u00e7a fora e decidiram reformar o para\u00edso tirando o sono de fabricantes de computadores e de tudo mais que a ele se relaciona. Em suma, chamaram Ad\u00e3o e resolveram, tamb\u00e9m, discutir essa rela\u00e7\u00e3o.” <\/em><\/p>\n …<\/p>\n “Chegaram a conclus\u00e3o que foram os \u00faltimos a saber quando contataram que 41% ainda compram eletr\u00f4nicos na companhia de homens. Mas isso tamb\u00e9m est\u00e1 acabando. O \u00edndice de confian\u00e7a delas para comprar tecnologia aumenta a cada pesquisa. Em 2003, sem precisar de nenhuma ajuda masculina, cerca de 44% compraram celulares, 37% adquiriram equipamentos de v\u00eddeo, 31% computadores e 34% levaram para casa novas impressoras sem ter que pedir nenhuma opini\u00e3o a qualquer descendente de Ad\u00e3o. Em marcha pela independ\u00eancia, desceram do salto e falaram abertamente do que sentiram durante as compras quando o assunto era tecnologia ou eletr\u00f4nicos: 60% se sentiram confiantes, 41% descreveram sentirem-se ‘confusas’ e at\u00e9 ‘est\u00fapidas’; 39% reclamaram do excesso de informa\u00e7\u00f5es sensoriais (para quem n\u00e3o sabe, mulheres gostam de pegar, cheirar, testar, provar e saber se serve mesmo. Coisa de pele.). P\u00e1ra por ai? – N\u00e3o! Tem mais: 23% delas sentiram-se enfastiadas toda vez que necessitaram adquirir aparelhos eletr\u00f4nicos.”<\/p>\n No mercado de autom\u00f3veis os homens comem poeira. <\/strong><\/p>\n Um dos universos estritamente masculinos caiu definitivamente nas gra\u00e7as e m\u00e3os das mulheres. De um pequeno detalhe no retrovisor do mercado, foram crescendo, crescendo at\u00e9 que as ‘Pen\u00e9lopes Charmosas’ deixaram os homens comendo poeira tamb\u00e9m nos Ve\u00edculos:<\/p>\n Ainda quer mais? No ano passado, elas representaram 58% dos clientes do HONDA Fit. Os fabricantes pensam nas mulheres quando concebem um carro para seus maridos e filhos. Segundo a Ford, elas opinaram em 42% dos neg\u00f3cios fechados pela marca no ano passado. Na Renault afirma que em 70% de suas vendas anuais, a palavra final \u00e9 da mulher.<\/p>\n Quem pensa que camionete \u00e9 coisa s\u00f3 de homem, errou de novo: A participa\u00e7\u00e3o de mulheres em segmentos, como o de picapes 4×4, em 2001, as mulheres tiveram 7% de participa\u00e7\u00e3o nas vendas da Ranger com tra\u00e7\u00e3o integral. Essa porcentagem subiu para 18% em 2003 e a Ford concebeu a nova gera\u00e7\u00e3o da Ranger, lan\u00e7ada no ano passado, pensando nas mulheres tamb\u00e9m.<\/p>\n As mulheres j\u00e1 representam 50% das vendas da vers\u00e3o 1.6 do jipe da Ford.<\/p>\n Os dois sexos procuram pre\u00e7o, estilo, economia e indica\u00e7\u00e3o de terceiros. Entretanto, as mulheres preferem fatores como espa\u00e7o interno, conforto e facilidade nas manobras.<\/p>\n Na tecnologia est\u00e1 quase tudo dominado! <\/strong><\/p>\n Mas e no segmento de tecnologia, como ficou? Celulares hoje s\u00e3o dominados por mulheres. Basta perceber nas lojas o n\u00famero inferior de aparelhos masculinos contra a diversidade de cores e modelos dos aparelhos femininos. Se n\u00e3o for presente-surpresa, at\u00e9 nas viagens elas definem o qu\u00ea, onde, quando, como e por qu\u00ea ser\u00e1 l\u00e1, principalmente se as ‘crias’ forem junto.<\/p>\n No segmento de inform\u00e1tica a maioria dos compradores (fornecedor – revenda) \u00e9 mulher. A de vendedores tamb\u00e9m. Certa vez estava ministrando treinamento numa loja da Kalunga em Osasco, S\u00e3o Paulo e me deparei com uma mente brilhante: quem mais entendia de inform\u00e1tica na se\u00e7\u00e3o era uma mulher. Tamb\u00e9m n\u00e3o precisava dizer que era ela quem levava a maioria dos pr\u00eamios de spiff pra essa \u00e1rea e ainda quem repassava para os outros vendedores.<\/p>\n Fim de semana \u00e9 quando eu gosto de ver lojas e comportamentos de compradores. N\u00e3o para eu comprar, mas para ver como compram. Fui ao centro certa vez e vi pessoas comprando computadores. Conversando com vendedores eles me relataram o seguinte: a classe B, C e D compra j\u00e1 sabendo a presta\u00e7\u00e3o que ir\u00e1 pagar. Geralmente levam dinheiro da entrada e negociam muito. Nas outras lojas, as de classe A ou quando o cliente \u00e9 da classe A, a venda geralmente \u00e9 \u00e0 vista ou em parcelas de maior valor, mas com prazo de pagamento mais curto. Nas duas eles me relataram uma curiosidade: as mulheres estavam junto com os maridos ou companheiros, namorados, enfim. Em algumas compras, os filhos definiam qual m\u00e1quina era ou n\u00e3o a melhor. O marido apitava na rela\u00e7\u00e3o custo benef\u00edcio, mas a palavra final mesmo era delas e elas decidiam mesmo. Questionavam tudo. Da cor a instala\u00e7\u00e3o. Pensavam, davam uma voltinha e depois decidiam fechar ou n\u00e3o a compra. Nesse tipo de compra, muitas s\u00e3o super discretas, mas uma dica fica f\u00e1cil de pegar quem manda. Basta esperar para quem o marido olha e pergunta: “e ai? T\u00e1 bom para voc\u00ea? O que acha? Posso fechar?”<\/p>\n Se voc\u00ea ouvir isso e depois ouvir dela um ‘sim’ ent\u00e3o a decis\u00e3o da compra \u00e9 dela e n\u00e3o dele. Ele pode ter ajudado e at\u00e9 influenciado, mas a decis\u00e3o de compra \u00e9 dela. Alguns homens afirmam n\u00e3o ir para o debate por ocasi\u00e3o da decis\u00e3o de compras para evitar o NH\u00c9M-NH\u00c9M-NH\u00c9M. Seria um “faz e conta que voc\u00ea manda e faz de conta que eu obede\u00e7o”. Traduzindo: se algo der errado que “a culpa n\u00e3o caia em cima de mim!” Ou ent\u00e3o, dizem eles, terem que ouvir por um bom tempo que ‘n\u00e3o era isso que eu queria ter comprado’. Mas elas n\u00e3o ligam para essa desculpa do Nh\u00e9m-nh\u00e9m-nh\u00e9m. O importante que o escolhido esteja de acordo com o que elas acham o melhor para elas e para a fam\u00edlia.<\/p>\n Quando fui comprar um novo computador para casa a minha mulher foi junto. Eu e ela definimos a parte t\u00e9cnica: mem\u00f3ria, processador, HD etc. Mas ela definiu sozinha o restante, tipo cor, acess\u00f3rio e impressora. A multifuncional venceu e foi aquela que a rela\u00e7\u00e3o custo-benef\u00edcio de cartuchos pareceu ser a melhor. Detalhe: o vendedor que nos atendeu era uma vendedora e, talvez por isso, elas se entenderam muito bem.<\/p>\n S\u00e3o elas as respons\u00e1veis pela inclus\u00e3o dos recursos de censura nas tvs e tvs a cabo para canais de viol\u00eancia, sexo e programa\u00e7\u00e3o inadequada exibida aos seus filhos. S\u00e3o elas as mais preocupadas com o que os filhos v\u00eaem pela internet e, na internet, elas disputam espa\u00e7os cada vez mais pr\u00f3ximos do masculino.<\/p>\n Casamento e filhos por \u00faltimo. A carreira vem primeiro. <\/strong><\/p>\n Casadas ou solteiras, namorando ou n\u00e3o essas mulheres total ou parcialmente independentes est\u00e3o decidindo e influenciando todo um mercado. Casar e ter filhos ainda \u00e9 o objeto do desejo da maioria das mulheres modernas, por\u00e9m numa ordem inversa da antigamente. Hoje elas concluem os estudos, buscam um bom emprego e depois casarem-se e formarem uma fam\u00edlia.<\/p>\n Depois de muitos anos, meu amigo Paulo voltou a andar de moto. Comprou uma bela m\u00e1quina de 600 cilindradas sem avisar a esposa. A moto em quest\u00e3o tinha as acomoda\u00e7\u00f5es de garupa um pouco desconfort\u00e1veis e a esposa reclamou bastante. Um tempo depois decidiu trocar de moto. Dessa vez quem deu a \u00faltima palavra foi ela. Neg\u00f3cio fechado! As viagens se tornaram mais constantes e as reclama\u00e7\u00f5es acabaram.<\/p>\n Se as pesquisas forem fi\u00e9is a quem realmente decide, independente do poder de compra, teremos uma grande surpresa ao perceber que, em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es, mesmo n\u00e3o sendo quem paga por tudo, as mulheres definem e decidem se ser\u00e1 comprado ou n\u00e3o.<\/p>\n Eu n\u00e3o tenho mais d\u00favidas que at\u00e9 a terceira jornada (exclusividade das mulheres) hoje seja dividida. Homens dividindo afazeres de cama, mesa, banho e filhos. Os tempos mudaram? N\u00e3o. Ele continua o mesmo. As pessoas \u00e9 que mudaram a forma de viver o tempo.<\/p>\n Essa revolu\u00e7\u00e3o silenciosa que come\u00e7ou na discri\u00e7\u00e3o de Maria Madalena, confirma, cada vez mais, a nossa voca\u00e7\u00e3o para sermos uma sociedade matriarcal. Um aut\u00eantico ‘C\u00f3digo DaVinci’ traduzindo uma realidade de Mona Lisa, diariamente vista, mas que, s\u00f3 agora, come\u00e7a a ser percebida.<\/p>\n Como diz o ‘templ\u00e1rio mercadol\u00f3gico’ Tom Peters<\/p>\n ”Percep\u00e7\u00e3o \u00e9 a \u00fanica coisa que conta”. Perceba! <\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" ”Percep\u00e7\u00e3o \u00e9 a \u00fanica coisa que conta” Tom Peters Nos Estados Unidos, as mulheres j\u00e1 controlam 53% dos investimentos, al\u00e9m de 80% das decis\u00f5es de compras para a casa. H\u00e1 uns dois anos abordei um tema informando que as mulheres estavam comprando mais produtos de inform\u00e1tica nos EUA do que os homens. Pol\u00eamico, pois nem …<\/p>\n