Quando caminhar pela mata veja a \u00e1rvore. Para ver o tamanho da floresta \u00e9 necess\u00e1rio estar acima dela. Para entend\u00ea-la \u00e9 necess\u00e1rio conhecer sua biodiversidade. Explore a regi\u00e3o onde est\u00e1 situado o seu neg\u00f3cio, pode ser mais barato e ainda lhe trazer mais lucros. <\/em><\/p>\n Biodiversidade <\/strong>-Conjunto de esp\u00e9cies de animais e vegetais que vivem de maneira autosustentada numa determinada regi\u00e3o.<\/p>\n Marketing <\/strong> – Conjunto de estudos e medidas que prov\u00eaem estrategicamente o lan\u00e7amento e a sustenta\u00e7\u00e3o de um produto ou servi\u00e7o no mercado consumidor, garantindo o bom \u00eaxito comercial da iniciativa.<\/p>\n Mas o que tudo isso tem a ver com neg\u00f3cios? <\/strong><\/p>\n Vamos transportar para a realidade dos mercados. As cidades cresceram e os v\u00e1rios perfis de consumidores sofreram profundas altera\u00e7\u00f5es. Esta percep\u00e7\u00e3o provocou a implementa\u00e7\u00e3o da t\u00e9cnica do marketing de nichos. Como tudo muda e a mudan\u00e7a \u00e9 a base da evolu\u00e7\u00e3o de todas as coisas, surgiu o marketing um-pra-um ou one-to-one. Acontece que isto tamb\u00e9m evoluiu para algo ainda sem nome, \u00e9 algo como a soma dos conceitos da biodiversidade e do marketing. N\u00e3o \u00e9 marketing ecol\u00f3gico. Assim como nos nichos, o um-pra-um tamb\u00e9m privilegia apenas o perfil do consumidor.<\/p>\n Na nova tend\u00eancia h\u00e1 que se privilegiar o ambiente ou melhor, a biodiversidade onde est\u00e1 situado o consumidor e como ele se relaciona com os grupos \u00e0 sua volta. O nicho trabalha com perfis b\u00e1sicos. O one-to-one utiliza o mesmo conceito s\u00f3 que de maneira muito mais estratificada, chegando bem perto da customiza\u00e7\u00e3o. Ambos funcionam muito bem como aliados da presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o.<\/p>\n Imaginemos como \u00e9 na natureza. <\/strong> H\u00e1 milhares de esp\u00e9cies no mundo, por\u00e9m muitas delas, s\u00f3 sobrevivem num pequeno espa\u00e7o em \u00e1reas, que por vezes, n\u00e3o ultrapassam alguns quil\u00f4metros quadrados. Nas cidades n\u00e3o \u00e9 diferente. Existem bairros, tais como os conhecid\u00edssimos Bexiga e Liberdade, em S\u00e3o Paulo, que t\u00eam perfil pr\u00f3prio e padr\u00e3o de consumo diversificado. As pessoas n\u00e3o est\u00e3o l\u00e1 por causa da sua faixa de consumo, existem moradores ricos e pobres. Estas pessoas est\u00e3o juntas por uma raiz que pode ser religiosa, cultural, pela ra\u00e7a ou nacionalidade, estado civil etc.<\/p>\n Encontramos florestas, digamos assim, povoadas de estudantes universit\u00e1rios que adotam perfis e padr\u00f5es de consumo diferentes. N\u00e3o quer dizer que por serem estudantes ou italianos, eles sejam exatamente iguais. Nesta biodiversidade existir\u00e3o v\u00e1rios nichos. A t\u00e9cnica dos nichos trabalha a sele\u00e7\u00e3o dos iguais onde quer que estejam, e o one-to-one trata da maximiza\u00e7\u00e3o deste perfil b\u00e1sico. Acontece que eles consomem produtos comuns e est\u00e3o juntos por uma raiz que pode conter elementos de conveni\u00eancia e facilidade de acessos ou relacionamentos. Se privilegiarmos as pessoas apenas pelas suas caracter\u00edsticas, esqueceremos o ambiente que as acolhe, suas caracter\u00edsticas e a raz\u00e3o pela qual coabitam.<\/p>\n O nicho e o one-to-one trabalham com conceitos individuais baseados em perfil, assim \u00e9 poss\u00edvel agrupar pessoas de mesmo h\u00e1bito, de lugares diferentes, tendo como \u00fanico fio condutor o relacionamento existente entre estes mesmos grupos ou nichos.<\/p>\n Definido o perfil, o passo seguinte ser\u00e1 localizar o grupo. <\/strong> Depois \u00e9 elaborada a estrat\u00e9gia de abordagem; testa-se e executa-se. O resultado come\u00e7a a parecer. Em seguida este mesmo grupo passa a influenciar outro grupo, ainda por relacionamento, e assim sucessivamente at\u00e9 que determinado produto seja massificado em seu nicho.<\/p>\n Diferentemente disso, parece que alguns neg\u00f3cios s\u00f3 funcionam bem dentro das suas biodiversidades. Padarias, mercearias, supermercados de bairro, farm\u00e1cias etc.<\/p>\n As de maior sucesso buscam os elementos comuns, a raiz, que provoca esta uni\u00e3o. \u00c9 a cultura do lugar que determina a forma como o neg\u00f3cio dever\u00e1 ser conduzido para ter sucesso. Muitos empreendimentos bem sucedidos em um bairro, quando v\u00e3o para outro, n\u00e3o conseguem repetir o mesmo resultado e passam a dar preju\u00edzo.<\/p>\n Existem supermercados populares que adotam marcas, produtos e servi\u00e7os espec\u00edficos para aquela regi\u00e3o ou bairro. Existem lojas, principalmente as de home center que t\u00eam na sua lista, produtos de uso quase que exclusivo daquela microregi\u00e3o.<\/p>\n Existem casos cl\u00e1ssicos como o das padarias. <\/strong> Voc\u00ea j\u00e1 deve ter visto v\u00e1rias lojas de roupas e at\u00e9 shoppings centers inteiros dedicados a vestu\u00e1rio, mas n\u00e3o de padarias.<\/p>\n Outros tipos de loja podem conviver lado a lado praticando a guerra de pre\u00e7os, mas padarias n\u00e3o e postos de gasolina tamb\u00e9m. Geralmente elas sobrevivem em espa\u00e7os onde seu raio de a\u00e7\u00e3o n\u00e3o passa de dois quil\u00f4metros, e geralmente est\u00e3o situadas no caminho de volta para casa.<\/p>\n \u00c9 interessante, mas tirando o leite fresco e o p\u00e3o quente, as padarias s\u00e3o bem diferentes umas das outras quando falamos de outros itens. Essa sele\u00e7\u00e3o natural, no caso das padarias tradicionais, \u00e9 feita pelo pr\u00f3prio morador da regi\u00e3o.<\/p>\n H\u00e1 casos de produtos que est\u00e3o atrelados \u00e0s suas culturas. No Sul a erva-mate utilizada no chimarr\u00e3o \u00e9 vendida em quase todos os estabelecimentos comerciais. No Nordeste a rapadura e a farinha s\u00e3o itens de f\u00e1cil acesso e no Norte o a\u00e7ai. E mais especificamente o Acaraj\u00e9, pimenta e o azeite de dend\u00ea campe\u00f5es de consumo na Bahia. Alguns destes itens j\u00e1 est\u00e3o massificados. Mas isso n\u00e3o quer dizer que rapadura, erva-mate, azeite de dend\u00ea, pimenta, acaraj\u00e9 e a\u00e7ai s\u00f3 sejam comercializados nos seus estados de origem.<\/p>\n Basta haver uma grande aglomera\u00e7\u00e3o de pessoas de determinado grupo ou etnia em uma determinada regi\u00e3o para que l\u00e1 existam alguns destes produtos. Em alguns lugares os comerciantes colocam at\u00e9 baianas, que nunca foram \u00e0 Bahia, vestidas a car\u00e1ter para vender o acaraj\u00e9. Isso sem falar em sushimens que n\u00e3o s\u00e3o japoneses. Por isso \u00e9 muito importante descobrir a raiz do lugar e isso s\u00f3 se consegue atrav\u00e9s de pesquisa.<\/p>\n Os supermercados de bairro est\u00e3o resgatando antigas pr\u00e1ticas. <\/strong> Alguns estimulam grupos, e compram produtos feitos por moradores do pr\u00f3prio bairro para comercializ\u00e1-los para os demais clientes da regi\u00e3o. At\u00e9 mesmo as g\u00f4ndolas s\u00e3o arrumadas estrategicamente de acordo com os h\u00e1bitos e prefer\u00eancias do consumidor daquela \u00e1rea.<\/p>\n Uma farm\u00e1cia descobriu que a sua biodiversidade <\/strong> \u00e9 basicamente composta de pessoas da terceira idade. O empres\u00e1rio aproveitou a cultura do lugar e estimulou as pessoas a contarem a hist\u00f3ria da sua vida. As duas melhores ganhavam, gratuitamente, os rem\u00e9dios que compraram e necessitam tomar, al\u00e9m de terem suas hist\u00f3rias publicadas no jornal da farm\u00e1cia direcionado ao publico da regi\u00e3o. As 24 melhores hist\u00f3rias eram formatadas em livro, e o livro lan\u00e7ado no bairro com a presen\u00e7a de familiares e convidados. N\u00e3o precisa dizer que esta receita n\u00e3o teria a mesma repercuss\u00e3o num bairro de estudantes.<\/p>\n A Steinberg\u0092s <\/strong><\/p>\n O que comprova a efic\u00e1cia desta nova t\u00e9cnica \u00e9 um caso que aconteceu no Canad\u00e1. A Steinberg\u0092s, \u00e9 uma rede varejista, que come\u00e7ou como uma min\u00fascula loja de alimentos em Montreal. Em 1933, uma de suas lojas come\u00e7ou a fazer \u00e1gua. Sam Steinberg avaliou a cultura do lugar. Descobriu que as pessoas gostavam de comprar mais barato por comprar em maior volume, pois sabiam exatamente o que queriam e como queriam. Sam apostou na raiz e se deu bem. Fechou a loja na sexta, baixou seus pre\u00e7os entre 15% e 20% e converteu-a em auto-servi\u00e7o. Mudou o nome de Steinberg\u0092s Service Stores para Wholesale Groceteteria (mercadinho de atacado) e colocou folhetos nas caixas de correio da vizinhan\u00e7a. Abriu na segunda. Resultado: as vendas cresceram e outras lojas da rede que estavam em bairros com a mesma caracter\u00edstica tamb\u00e9m mudaram, mas nenhuma adotou nome diferente do utilizado tradicionalmente pela rede. Podemos afirmar que houve uma adapta\u00e7\u00e3o \u00e0 biodiversidade ou ao ecomercado. Esta \u00e9 uma das caracter\u00edsticas da t\u00e9cnica, do digamos assim, seria o biomarketing.<\/p>\n Por esta nova t\u00e9cnica (n\u00e3o quer dizer que as demais sejam ineficientes-elas s\u00e3o excelentes e j\u00e1 provaram terem resultados muito bons) seriam estudados os ambientes e assim seriam elaborados produtos que resolveriam os problemas daquela regi\u00e3o. Em s\u00edntese, acontece uma pequena altera\u00e7\u00e3o do ditado acima. Veja a \u00e1rvore e as v\u00e1rias florestas que comp\u00f5em a grande mata. Para poder enxergar estes conjuntos de maneira separada \u00e9 necess\u00e1rio ver como todas as esp\u00e9cies convivem, e em que \u00e1reas vivem. Explore a regi\u00e3o onde est\u00e1 situado o seu neg\u00f3cio, pode ser mais barato e ainda lhe trazer mais lucros.<\/p>\n Conhe\u00e7a o ecomercado e a biodiversidade da sua regi\u00e3o, descubra a raiz. <\/strong><\/p>\n Lembre-se, Sam Steinberg respeitou a raiz do lugar e arriscou a mudan\u00e7a-Ele tinha raz\u00e3o. N\u00e3o importa apenas o que voc\u00ea vende e como vende, mas \u00e9 fundamental analisar a biodiversidade do lugar onde o seu neg\u00f3cio est\u00e1 inserido.<\/p>\n Algumas lojas de inform\u00e1tica e games j\u00e1 descobriram esse caminho e come\u00e7am a ganhar um bom dinheiro com isso.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Quando caminhar pela mata veja a \u00e1rvore. Para ver o tamanho da floresta \u00e9 necess\u00e1rio estar acima dela. Para entend\u00ea-la \u00e9 necess\u00e1rio conhecer sua biodiversidade. Explore a regi\u00e3o onde est\u00e1 situado o seu neg\u00f3cio, pode ser mais barato e ainda lhe trazer mais lucros. Biodiversidade -Conjunto de esp\u00e9cies de animais e vegetais que vivem de …<\/p>\n