<\/a>H\u00e1 alguns anos, num domingo de sol, eu descia a BR 376, estrada que liga Curitiba(PR) a Joinville(SC), fazendo uma costumeira parada num boteco no meio da Serra do Mar. Lugar aconchegante, \u00a0muito bonito, com bica d\u2019\u00e1gua pot\u00e1vel, monjolo, tanque de cria\u00e7\u00e3o de carpas multicoloridas, pedras e muito verde, onde servem \u00f3timos salgados e d\u00e1 para tomar uma coca ou um caf\u00e9 bem quentinho, indispens\u00e1vel nos dias mais frios daqui do sul.<\/p>\n <\/a><\/p>\n O encanto feminino est\u00e1 presenta no motociclismo brasileiro<\/p>\n Estava l\u00e1 eu esticando as pernas quando chegou uma galera de moto, no total de umas 20.\u00a0Para minha surpresa eram todas mulheres, com roupas de couro e motos adornadas de forma que evidenciava a feminilidade das suas donas. A grande maioria estava com pequenas custom, da Yamaha (Virago 250) e Suzuki (Intruder). Tinha mulher de 18 at\u00e9 30 e poucos anos. Achei muito legal e curioso porque n\u00e3o \u00e9 uma cena comum ver mulheres na estrada, principalmente pilotando em grupo. Lamentavelmente estava sem minha c\u00e2mera fotogr\u00e1fica e n\u00e3o pude registrar o fato.<\/p>\n Depois, conversando com uma delas, soube que pertenciam a um grupo motocicl\u00edstico feminino \u2013 tipo clube da Luluzinha, onde homem n\u00e3o entra \u2013 daqui de Curitiba, e pegar estrada era programa frequente do grupo para viagens e participa\u00e7\u00e3o em encontros de motos, num raio de at\u00e9 300 km.<\/p>\n Em seguida elas voltaram para a estrada e depois de um tempo fui na mesma dire\u00e7\u00e3o. A tocada delas era algo em torno de 90 km\/h e logo as alcancei e as ultrapassei. Todas retribuiram \u00e0 buzinadinha de cortesia.<\/p>\n Vale ressaltar que nenhuma tinha homem na garupa. As poucas garupas eram tamb\u00e9m mulheres.\u00a0Segui meu caminho e n\u00e3o mais as vi.<\/p>\n <\/a><\/p>\n Corrida exclusiva para mulheres no GP Ga\u00facho<\/p>\n Passados v\u00e1rios anos, hoje quando ando pela cidade, observo que tornou-se comum ver mulheres de todas as idades circulando com suas cubs, scooters e motos de 125 ou 250 cc, fazendo compras, levando seus filhos \u00e0 escola e at\u00e9 trabalhando como moto-girl. Elas est\u00e3o por a\u00ed, basta olhar para o lado. E n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 no tr\u00e2nsito que as vemos, muitas delas est\u00e3o participando de aventuras, fazendo viagens longas, de deixar muito marmanjo para tr\u00e1s \u2013 um exemplo \u00e9 a catarinense Lisiane Pletiskaitz que percorreu v\u00e1rios estados em uma viagem solo –\u00a0e tamb\u00e9m nas competi\u00e7\u00f5es de esportes a motor em duas rodas, como \u00e9 o caso de Sabrina Katana, Maiara Basso e tantas outras que est\u00e3o fazendo bonito nas pistas brasileiras.<\/p>\n <\/a><\/p>\n Denatran revela que s\u00e3o mais de 2.137.000 mulheres habilitadas para pilotar motocicletas em todo o Pa\u00eds<\/p>\n Acredito que n\u00e3o as vemos pilotando motocicletas de maior cilindrada porque a rela\u00e7\u00e3o delas com as motos \u00e9 mais pr\u00e1tica e menos emocional \u2013 diferente das mulheres que v\u00eaem as motos como um simples e pr\u00e1tico meio de transporte, n\u00f3s homens nos deixamos envolver emocionalmente com um punhado de ferro e pl\u00e1stico e teimamos em considerar nossas motos como parte da fam\u00edlia ou extens\u00e3o do nosso ego. Mas h\u00e1 casos at\u00e9 famosos de mulheres com motos poderosas, como o da Cris R1 que tornou-se famosa nacionalmente por causa da sua rela\u00e7\u00e3o com motos super-esportivas.<\/p>\n Num encontro de motociclistas que acontece toda sexta-feira aqui na minha cidade, pude conhecer um casal, ele um senhor de 74 anos, dono de uma reluzente Harley Davidson Electra Glyde, e ela com 63, costumam viajar em dupla por esse Brasilz\u00e3o afora e alguns pa\u00edses da Am\u00e9rica do Sul, j\u00e1 tendo percorrido de moto, do sul ao nordeste. Detalhe: ela tamb\u00e9m tem sua Harley<\/strong> e cada um vai com a sua. Mas esse \u00e9 um caso isolado e n\u00e3o muito comum de vermos por a\u00ed.<\/p>\n