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{"id":215005,"date":"2013-01-21T09:35:45","date_gmt":"2013-01-21T11:35:45","guid":{"rendered":"http:\/\/www.luissucupira.com.br\/?p=215005"},"modified":"2013-03-04T15:43:45","modified_gmt":"2013-03-04T18:43:45","slug":"nossos-queridos-velhos-reflexao-sobre-um-momento-de-importante-decisao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/nossos-queridos-velhos-reflexao-sobre-um-momento-de-importante-decisao\/","title":{"rendered":"Nossos queridos velhos – Reflex\u00e3o sobre um momento de importante decis\u00e3o"},"content":{"rendered":"
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Recentemente o Motonline citou em uma mat\u00e9ria o conhecido \u201cTio Bel<\/a><\/strong>\u201c, motociclista de Campina Grande (PB), que aos 95 anos ainda pilota uma possante Suzuki Hayabusa. Pois essa men\u00e7\u00e3o fez-me relembrar de uma hist\u00f3ria do meu passado, a qual compartilho com voc\u00eas.<\/p>\n

\"Tio<\/a><\/p>\n

Tio Bel, ainda motociclista aos 95 anos<\/strong><\/p>\n

Nossa turma de motoqueiros (sim, \u00e9ramos todos motoqueiros, ainda n\u00e3o existia essa distin\u00e7\u00e3o preconceituosa entre motoqueiro e motociclista) gostava muito de andar de moto num bairro aqui de Curitiba chamado Guabirotuba, que nos agradava por ter um relevo bem irregular, cheio de morros e consequentemente, subidas bem \u00edngremes. Como o relevo obrigava as ruas a serpentear, num determinado lugar a prefeitura construiu uma grande escadaria de aproximadamente 100 metros, bem \u00edngreme, que ligava a parte alta do bairro com a parte baixa, chegando a ter \u00e2ngulos pr\u00f3ximos a 35\u00ba.<\/p>\n

Essa escadaria tinha nas suas bordas duas faixas de paralelep\u00edpedos, de 1 metro, planas e no centro os degraus. Faz\u00edamos a festa subindo-a e descendo de moto, \u00a0in\u00fameras vezes e at\u00e9 arriscando a descer pelos degraus. Viv\u00edamos l\u00e1 nos divertindo.<\/p>\n

Num desses passeios, resolvi ir do ponto alto da escada at\u00e9 a parte baixa, pela rua, que fazia um \u201cU\u201d bem longo. Iniciei meu trajeto e j\u00e1 na primeira perna do \u201cU\u201d vinha, em sentido contr\u00e1rio, uma bras\u00edlia azul conduzida por um senhor septuagen\u00e1rio. Quando est\u00e1vamos a poucos metros um do outro ele bruscamente cortou a minha frente, sem dar sinal, para entrar na sua garagem. Freei o que deu, mas como era descida acentuada, piso de paralelep\u00edpedo e pra piorar ainda mais havia areia que se desprende da jun\u00e7\u00f5es das pedras, n\u00e3o deu outra. Entrei com tudo na porta do passageiro, me projetando sobre o carro.<\/p>\n

\"Piloto<\/a><\/p>\n

Piloto americano an\u00f4nimo de 88 anos<\/strong><\/p>\n

Apesar de estar com o capacete fechado ainda bati com o queixo na canaleta do teto da Bras\u00edlia, sofrendo um grande e profundo corte que precisou de alguns pontos e deixou-me uma bela cicatriz que me acompanha at\u00e9 hoje como recorda\u00e7\u00e3o. Com a moto os estragos foram relevantes, entortando a roda e bengalas, al\u00e9m de inutilizar o p\u00e1ra-lama e quebrar o farol e pisca de um lado.\u00a0Paramos, meu queixo j\u00e1 sangrava c\u00e2ntaros e o senhor veio me esculachar.<\/p>\n

Incr\u00edvel que mesmo tendo feito uma manobra totalmente irregular, ele ainda achava que estava certo. Como est\u00e1vamos na frente da casa dele, apareceu filho, cunhado, tia, sobrinha, papagaio e at\u00e9 o cachorro de estima\u00e7\u00e3o da fam\u00edlia.\u00a0Fiquei mais de uma hora, segurando uma flanela amarela no queixo pra estancar o sangue, tentando convencer aquele senhor de que ele estava errado, sendo at\u00e9 ajudado por um dos seus filhos, mas ningu\u00e9m conseguiu convenc\u00ea-lo de que estava errado e a fazer algum tipo de acordo, e o jeito foi chamar o plant\u00e3o de acidentes do Detran para registrar a ocorr\u00eancia e dessa forma me garantir pra enfrentar as vias judiciais. Depois de toda essa burocracia \u00e9 que fui at\u00e9 o pronto-socorro pra costurar meu queixo. Imagine o supl\u00edcio pra quem tinha pavor de agulha de inje\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\"Como<\/a><\/p>\n

Como ser\u00e1 quando n\u00e3o mais podermos ir para a estrada relaxar?<\/strong><\/p>\n

Naquela \u00e9poca, uma vez registrada a ocorr\u00eancia, era marcada uma data em que os condutores envolvidos no acidente eram convocados para participar do julgamento do acidente, que era realizado por uma comiss\u00e3o oficialmente designada pelo Detran. A comiss\u00e3o era constitu\u00edda por 3 integrantes e funcionava como se fosse um tribunal, ou seja, a comiss\u00e3o num balc\u00e3o mais elevado e as partes sentadas em cadeiras \u00e0 frente desse balc\u00e3o. Nessa sess\u00e3o a comiss\u00e3o julgava o croquis e os relatos coletados pelo plant\u00e3o de tr\u00e2nsito que atendeu \u00e0 ocorr\u00eancia, ouvia os condutores e na mesma sess\u00e3o apontava o culpado pelo acidente, indicando quem teria o \u00f4nus do ressarcimento. Esse sistema era \u00f3timo na \u00e9poca mas invi\u00e1vel nos dias de hoje devido ao n\u00famero de ocorr\u00eancias.<\/p>\n

Ap\u00f3s o julgamento, como esperado, aquele senhor foi apontado como causador do acidente, resultado que foi questionado veementemente. O senhor n\u00e3o se conformava e passou a ofender a comiss\u00e3o, acalmando-se somente ap\u00f3s ser amea\u00e7ado de pris\u00e3o por desacato. Mais calmo finalmente ele consentiu em ressarcir-me das despesas que tive pra consertar minha moto, fazendo dois cheques para 30 e 60 dias, que apesar da infla\u00e7\u00e3o galopante da \u00e9poca, considerei ainda um bom neg\u00f3cio pois consegui recuperar meu preju\u00edzo quase totalmente. Depois disso, nunca mais o vi, apesar de continuarmos nossos passeios naquele bairro por muito tempo.<\/p>\n

O que mais marcou desse epis\u00f3dio \u00e9 que, a despeito de todos os fatos, aquele senhor em momento algum assumiu sua culpa. Notava-se que n\u00e3o havia m\u00e1 f\u00e9, mas que ele tinha certeza de que n\u00e3o havia feito nada de errado e at\u00e9 mesmo depois do julgamento e ressarcimento, ainda mantinha a convic\u00e7\u00e3o de que estava sendo injusti\u00e7ado. Sua capacidade de julgamento o traia, n\u00e3o o deixara perceber que a sua vis\u00e3o havia falhado ao n\u00e3o ver a moto que trafegava em sentido contr\u00e1rio.<\/p>\n

Mas o pior \u00e9 que a sua capacidade de discernimento<\/strong> tamb\u00e9m estava falhando, provando que j\u00e1 havia passado da hora dele ter abandonado a condu\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos<\/strong>. Aquela experi\u00eancia foi determinante para convencer meu pai, que hoje tem 82 anos, a parar de dirigir, antes que as limita\u00e7\u00f5es impostas pela idade viessem a provocar algum acidente s\u00e9rio.<\/p>\n

\"Quando<\/a><\/p>\n

Quando ser\u00e1 nossa hora de parar de pilotar?<\/strong><\/p>\n

H\u00e1 quase 7 anos que ele aposentou a CNH. O caso dele era cr\u00edtico pois por morar numa praia de Santa Catarina, dirigia mais em estradas do que em tr\u00e2nsito urbano e por isso, qualquer acidente teria consequ\u00eancias mais s\u00e9rias devido \u00e0 velocidade mais elevada das rodovias. Claro que outras provid\u00eancias tiveram que ser tomadas. Trouxemos ele com minha m\u00e3e pra morarem na nossa cidade onde pud\u00e9ssemos estar mais presentes e dar a eles um cuidado mais permanente e merecido.<\/p>\n

N\u00f3s, filhos, temos a responsabilidade e a obriga\u00e7\u00e3o de proteger nossos velhos, intercedendo quando a situa\u00e7\u00e3o exigir, coisa que a fam\u00edlia daquele senhor da Bras\u00edlia deixou de fazer no momento certo.<\/p>\n

Da\u00ed, fico pensando que vai chegar um momento em que nossa vis\u00e3o fraquejar\u00e1, nossos reflexos ficar\u00e3o lentos e nosso senso de percep\u00e7\u00e3o n\u00e3o mais ser\u00e1 confi\u00e1vel, determinando a hora de parar de dirigir e pilotar. Quando \u00e9 que isso vai acontecer? E como ser\u00e1 daquele momento em diante, tendo que nos conformar com a dolorosa priva\u00e7\u00e3o de um dos maiores prazeres da vida \u2013 andar de moto?<\/p>\n

Mas isso \u00e9 coisa para o futuro, n\u00e3o vamos nos preocupar com isso agora. N\u00e3o precisamos sofrer por antecipa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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Fonte: M\u00e1rio S\u00e9rgio Figueredo – fotos do arquivo Motonline<\/strong><\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Aquela experi\u00eancia foi determinante para convencer meu pai, que hoje tem 82 anos, a parar de dirigir, antes que as limita\u00e7\u00f5es impostas pela idade viessem a provocar algum acidente s\u00e9rio.<\/p>\n","protected":false},"author":23,"featured_media":215517,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"site-sidebar-layout":"default","site-content-layout":"default","ast-global-header-display":"","ast-main-header-display":"","ast-hfb-above-header-display":"","ast-hfb-below-header-display":"","ast-hfb-mobile-header-display":"","site-post-title":"","ast-breadcrumbs-content":"","ast-featured-img":"","footer-sml-layout":"","theme-transparent-header-meta":"","adv-header-id-meta":"","stick-header-meta":"","header-above-stick-meta":"","header-main-stick-meta":"","header-below-stick-meta":"","footnotes":""},"categories":[1340,14],"tags":[27,57,1334,610,1173,1473,453,1476,454,1491,1493,572,82,1332,896,1333],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/215005"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/23"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=215005"}],"version-history":[{"count":5,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/215005\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":215008,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/215005\/revisions\/215008"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/215517"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=215005"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=215005"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=215005"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}