C\u00e2mbio CWT e freios ABS!<\/figcaption><\/figure>\n <\/p>\n
As ‘Organiza\u00e7\u00f5es Tabajara’ n\u00e3o s\u00e3o mais as mesmas.<\/strong><\/p>\nAntigamente as motos tinham problemas de p\u00f3s-venda, acabamento e durabilidade. Hoje com a crescente concorr\u00eancia entre eles e a elevada exig\u00eancia dos clientes por cinquentinhas de melhor qualidade fez com que a coisa mudasse de figura.<\/p>\n
H\u00e1 cinquentinhas b\u00e1sicas com c\u00e2mbio manual, roda raiada, freio tambor e pre\u00e7o abaixo dos R$ 3.200,00. Por outro lado o mercado est\u00e1 se sofisticando. Cinquentinhas com c\u00e2mbio semiautom\u00e1tico, freios a disco, ABS e CVT est\u00e3o ficando cada vez mais populares. H\u00e1 motos com dispositivos que recebem pendrive e com caixas de som embutidas no guid\u00e3o. Outras chegam \u00e0 sofistica\u00e7\u00e3o de trazerem c\u00e2mbio CVT junto com freios ABS apenas na roda dianteira que n\u00e3o ultrapassam a casa dos R$ 4.200,00.<\/p>\n
Cinquenta cilindradas com cara de small bike ou scooter.<\/strong><\/p>\nMas n\u00e3o basta para o usu\u00e1rio de \u2018cinquentinha\u2019 que a moto tenha muita tecnologia. Ela precisa ser parecida com uma moto de maior cilindrada e \u00e9 aqui que as c\u00f3pias e as compras de moldes liberados por grandes fabricantes acontecem. Para baratear custos com a produ\u00e7\u00e3o os grandes fabricantes fecham parcerias com os chineses na forma de joint-venture. Essas parcerias, diferentemente do outsourcing ou OEM n\u00e3o envolvem necessariamente a transfer\u00eancia de tecnologia ou libera\u00e7\u00e3o de patente. Por\u00e9m o sistema Joint-Venture prev\u00ea essa possibilidade e isso depende de como cada contrato \u00e9 costurado, de transferir tecnologia, patentes e at\u00e9 a venda de moldes.<\/p>\n
Dessa forma muitas das cinquentinhas que rodam no Brasil s\u00e3o c\u00f3pias id\u00eanticas de modelos de cilindrada superiores comercializadas no Brasil. Essa velocidade de inova\u00e7\u00e3o est\u00e1 acontecendo cada vez em menor tempo. \u00c9 perfeitamente poss\u00edvel hoje, no Brasil, ver cinquentinhas usando moldes e adotando modelos que recentemente \u2013 digo menos de 90 dias \u2013 deixaram de ser comercializados ou foram substitu\u00eddos por um novo modelo. Se voc\u00ea afirmar que s\u00e3o c\u00f3pias est\u00e1 certo, mas a grande maioria \u00e9 c\u00f3pia autorizada. E n\u00e3o se engane – no P\u00f3s-Guerra muitos fabricantes consagrados copiaram projetos de motos alem\u00e3s – as melhores \u00e0 \u00e9poca. Jap\u00e3o e Estados Unidos j\u00e1 tiveram seus dias de China.<\/p>\n
C\u00f3pias japonesas a pre\u00e7os paraguaios.<\/strong><\/p>\nO p\u00f3s-venda tamb\u00e9m melhorou. Os importadores entenderam que para continuar vendendo neste mercado precisariam ter pe\u00e7as de reposi\u00e7\u00e3o em grande quantidade. Antes tais motos eram vendidas sem nenhuma garantia. Hoje a maioria dos fabricantes oferece desde a garantia de dois anos a garantia estendida. Ainda existem marcas que garantem apenas motor e c\u00e2mbio por seis meses e o restante fica por conta do revendedor. Se o revendedor quer dar mais seis meses \u00e9 por conta dele. Mesmo assim vale a pena. O revendedor compra as pe\u00e7as dos mesmos importadores a pre\u00e7os paraguaios e esta pr\u00e1tica contribuiu para aumentarem as suas receitas. Para isso criaram empresas de importa\u00e7\u00e3o de pe\u00e7as \u2013 as conhecidas \u2018parts\u2019 alguma coisa \u2013 para alimentar o mercado paralelo. Assim, o mercado de cinquentinhas passa a ser abastecido tamb\u00e9m pelas revendedoras de motope\u00e7as que compram al\u00e9m de pe\u00e7as para 50cc, motope\u00e7as para outros tipos de motos comercializadas aqui no Brasil e que, na sua maioria, s\u00e3o fabricadas ou montadas aqui por grandes montadoras. Ou seja \u00e9 um mercado de centenas de milh\u00f5es de reais.<\/p>\n
Cartas na manga!<\/strong><\/p>\nQuem pensa que este mercado vai decrescer, engana-se mais uma vez. Existe uma estrat\u00e9gia guardada na manga pelos importadores de 50cc, onde, caso os DEMUTRANs resolvam exigir ACC e emplacamento ou que mesmo os DETRANs \u2013 por interm\u00e9dio de algum projeto de lei \u2013 venham a tornarem-se os que controlar\u00e3o a legaliza\u00e7\u00e3o deste mercado; para financiar tanto a ACC como embutir o custo do emplacamento na venda de tais ve\u00edculos. De qualquer forma, os lucros obtidos com a venda de cinquentinhas podem servir por conta do volume de vendas que elas geram, como g\u00e1s extra que evitaria tirar o f\u00f4lego desse mercado.<\/p>\n
A aus\u00eancia do Estado, a vista grossa dos munic\u00edpios, deixou este mercado esquecido e assim ele criou suas pr\u00f3prias regras e defesas e, hoje, anda sozinho. Engana-se quem imagina que este mercado \u00e9 pouco poderoso. Ele cresceu e continua crescendo e n\u00e3o sente na pele a crise. Mais que isso, conseguiu expandir-se pelo setor de motope\u00e7as como um plus ou um novo neg\u00f3cio atrelado a venda dessas motos. Portanto, reclamar de falta de p\u00f3s-venda e de produtos inadequados em termos de seguran\u00e7a, a cada dia que passa, est\u00e1 virando coisa do passado. Como disse \u2013 estas motos chegam com recursos eletr\u00f4nicos interessantes como alarmes, partidas no controle remoto e at\u00e9 com ABS. Tudo para impressionar o cliente que quer comprar um produto que se pare\u00e7a cada vez mais com uma moto de maior cilindrada.<\/p>\n
Encontrar o fio da meada neste bolo de fios \u00e9 o mesmo que encontrar uma agulha em um palheiro. Mas, supondo que resolvam regulamentar, os importadores mudam de estrat\u00e9gia e viram fabricantes e assim conseguem os mesmos incentivos fiscais das \u2018small bikes\u2019 e esta diferen\u00e7a dever\u00e1 proporcionar a absor\u00e7\u00e3o dos custos com emplacamento e a emiss\u00e3o da ACC sem mexer muito no pre\u00e7o final.<\/p>\n
Os Acidentes e o roubo de cinquentinhas<\/strong><\/p>\nAs estat\u00edsticas de acidentes com motos no Brasil s\u00e3o incompletas e n\u00e3o s\u00e3o fornecidas de forma segmentada por cilindrada e muito menos separada pelo fator que o causou. Dessa forma, os acidentes com motos de 50cc entram no escopo das estat\u00edsticas de acidentes com motos e s\u00e3o atendidos da mesma forma que uma moto que paga o DPVAT.<\/p>\n
Ocorre que, mesmo sendo uma praga no Nordeste Brasileiro, estas motos figuram pouco nas estat\u00edsticas de acidentes com mortes at\u00e9 mesmo por conta da velocidade que conseguem chegar \u2013 que geralmente n\u00e3o passa dos 50 km\/h.<\/p>\n
Morre-se mais em small bikes do que em cinquentinhas. Mas os traumas gerados s\u00e3o os mesmos e at\u00e9 piores, pois grande parte dos seus usu\u00e1rios acredita ser \u2018dispens\u00e1vel\u2019 o uso do capacete o que tamb\u00e9m \u00e9 ignorado por boa parte dos munic\u00edpios \u2013 mesmo aqueles com tr\u00e2nsito municipalizado.<\/p>\n
Outro problema consiste na facilidade de roubo dessas motos. Como n\u00e3o as emplacam simplesmente n\u00e3o existem no sistema RENAVAM \u2013 Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores. Da\u00ed, se j\u00e1 \u00e9 muito dif\u00edcil encontrar uma small bike, achar uma cinquentinha \u00e9 mais dif\u00edcil ainda. Mas at\u00e9 para isso tem jeito. Para ajudar a proteger o usu\u00e1rio, os revendedores fazem os chamados combos com alarmes e at\u00e9 com recompensas para policiais que recolhem motos com chassi adulterado ou nota fiscal fraudada (o \u00fanico documento dessas motos \u00e9 a nota fiscal).<\/p>\n
Outro problema existente \u00e9 com rela\u00e7\u00e3o as infra\u00e7\u00f5es de tr\u00e2nsito. Sem placas elas n\u00e3o podem ser multadas e quando s\u00e3o recolhidas paga-se uma multa, a di\u00e1ria do dep\u00f3sito e logo em seguida voltam \u00e0s ruas. Algo parecido com o Estatuto do Menor.<\/p>\n
Nada de novo no front!<\/strong><\/p>\nA constata\u00e7\u00e3o \u00e9 simples. No interior que n\u00e3o tem transporte p\u00fablico, onde \u00e9 deficiente a fiscaliza\u00e7\u00e3o e n\u00e3o existe interesse pol\u00edtico na regulamenta\u00e7\u00e3o das cinquentinhas esta moto vai continuar sendo vendida e desta vez com a inclus\u00e3o do p\u00fablico adolescente que a cada dia que passa cresce cada vez mais como usu\u00e1rios de tais motos \u2013 dadas de presente pelos pr\u00f3prios pais \u2013 para irem \u00e0 escola e encontrar-se com os amigos no final do dia.<\/p>\n
Nas cidades elas continuar\u00e3o sendo uma alternativa barata em rela\u00e7\u00e3o ao transporte p\u00fablico e servem como poderosa ferramenta para profissionais liberais tipo encanadores, pintores, eletricistas e at\u00e9 mec\u00e2nicos de motos.<\/p>\n
O mercado das motos de 50cc \u00e9 autoprotegido, autorregulamentado e tem vida pr\u00f3pria e principalmente \u2013 possui grande prote\u00e7\u00e3o pol\u00edtica \u2013 a qual \u00e9 essencial para que continue do jeito que est\u00e1 por mais alguns bons anos.<\/p>\n
E a julgar pela velocidade que as coisas andam neste pa\u00eds, com certeza, a velocidade da cinquentinhas, mesmo n\u00e3o passando dos 50 km\/h ser\u00e1 ainda muito superior do que a rapidez de resposta da classe pol\u00edtica. E exatamente por isso elas v\u00e3o continuar como o mosquito da dengue \u2013 entra ano e sai ano \u2013 por mais que se tente fazer alguma coisa o risco de epidemia vai continuar.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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