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{"id":216429,"date":"2013-07-23T09:51:04","date_gmt":"2013-07-23T12:51:04","guid":{"rendered":"http:\/\/www.luissucupira.com.br\/?p=216429"},"modified":"2013-10-08T15:21:31","modified_gmt":"2013-10-08T18:21:31","slug":"mossoro-a-terra-que-colocou-lampiao-para-correr","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/mossoro-a-terra-que-colocou-lampiao-para-correr\/","title":{"rendered":"Mossor\u00f3, a terra que colocou Lampi\u00e3o para correr!"},"content":{"rendered":"
\"Lu\u00eds<\/a>
Lu\u00eds Sucupira e Jan Messias. Igreja de S\u00e3o Vicente, Mossor\u00f3(RN)<\/figcaption><\/figure>\n

Mossor\u00f3, no Rio Grande do Norte, fica bem no meio do caminho entre Fortaleza (240km) e Natal (282km). A cidade sempre foi muito rica em sal, algod\u00e3o e petr\u00f3leo. H\u00e1 in\u00fameros po\u00e7os de petr\u00f3leo espalhados pela cidade e regi\u00e3o. Em uma dessas escava\u00e7\u00f5es encontraram uma fonte de aguas termais onde hoje funciona o Hotel Thermas.<\/p>\n

\"Sal,<\/a>
Sal, petr\u00f3leo, cultura e turismo. Isso tamb\u00e9m \u00e9 Mossor\u00f3 (RN)<\/figcaption><\/figure>\n

Mas Mossor\u00f3 n\u00e3o \u00e9 conhecida apenas pelas suas riquezas, mas pela bravura e determina\u00e7\u00e3o de seu povo. Al\u00e9m de reduto cultural o munic\u00edpio \u00e9 marcado pelo Motim das Mulheres (movimento contrario ao alistamento militar obrigat\u00f3rio para a Guerra do Paraguai), pelo primeiro voto feminino do pa\u00eds, por ter libertado seus escravos cinco anos antes da Lei \u00c1urea e por ter colocado o bando de Lampi\u00e3o pra correr e ter transformado um cangaceiro em santo. Foi nessa cidade que o mais temido dos cangaceiros, Lampi\u00e3o, teve a sua mais dura e amarga derrota.<\/p>\n

\"Praias<\/a>
Praias lindas e um lugar que tem muita hist\u00f3ria pra contar.<\/figcaption><\/figure>\n

Voltemos no tempo. O ano \u00e9 1927. O dia 13. Dia de sorte para os mossoroenses e de azar para Lampi\u00e3o. O bandido resolve invadir a cidade mesmo sabendo que ela possui igreja de duas torres, que \u00e9 dedicada a Santa Luzia (Lampi\u00e3o era cego de um olho) \u2013 sua padroeira – e que isso seria um risco grande por conta da sua supersti\u00e7\u00e3o de vir a acabar levando um grande castigo. Mas mesmo assim tentou, pois a riqueza da cidade era tamanha, que valia a pena pelo menos tentar.<\/p>\n

\"Ao<\/a>
Ao centro Jararaca, um dos mais perigosos do bando de Lampi\u00e3o, capturado ferido e enterrado ainda vivo.<\/figcaption><\/figure>\n

No final da manha o bando entra na cidade. \u00c0 frente est\u00e3o Jararaca, Colchete e Menino de Ouro. Eles entram cantando os versos da can\u00e7\u00e3o paraibana “Mulher Rendeira…” “\u00d4 mulh\u00e9 rendeira!\/ \u00d4 mulh\u00e9 rend\u00e1\/ Me ensina a faz\u00ea renda\/ Qu’eu te ensino a guerre\u00e1…”<\/p>\n

Mas a m\u00fasica ser\u00e1 interrompida pelos tiros disparados pela popula\u00e7\u00e3o da cidade que entrincheirada resolvera reagir sob a lideran\u00e7a do ent\u00e3o prefeito Rodolfo Fernandes. Foram montadas sete trincheiras cuja miss\u00e3o era evitar que Lampi\u00e3o chegasse ao centro da cidade e assim pudesse saquear Mossor\u00f3.<\/p>\n

O tiroteio come\u00e7a repentinamente e \u00e9 muito forte. Dura uma hora. Ao final desse tempo estar\u00e3o mortos Colchete e Menino de Ouro ( um dos cangaceiros mais queridos de Lampi\u00e3o, dotado de uma bela voz). Jararaca, um dos mais temidos, estar\u00e1 ferido e ser\u00e1 capturado.<\/p>\n

Contam que Lampi\u00e3o ao ver que havia ca\u00eddo numa cilada ordenou a debandada, pois \u201cigreja que tem a bunda redonda e que at\u00e9 o santo atira, n\u00e3o \u00e9 um bom lugar para lutar\u201d. E assim fugiram deixando para tr\u00e1s \u2018Jararaca\u2019 gravemente ferido.<\/p>\n

\"Homenagem<\/a>
Homenagem a todos que lutaram contra o bando de Lampi\u00e3o.<\/figcaption><\/figure>\n

O lugar que Lampi\u00e3o se referiu \u00e9 a Igreja de S\u00e3o Vicente, lugar que ficava ao lado da casa do ent\u00e3o prefeito Rodolfo Fernandes e onde estava a principal trincheira. O santo que atirava era algu\u00e9m atr\u00e1s da imagem de S\u00e3o Vicente que fica no primeiro m\u00f3dulo da torre do sino da igreja (hoje est\u00e1 tapada) e acima outro que disparava da ponta da torre onde ficava o sino.<\/p>\n

O rep\u00f3rter do jornal O Mossoroense, Fenelon Almeida, relata que Jararaca foi encontrado pelo pequeno comerciante Pedro Tom\u00e9. Conta o rep\u00f3rter: \u201cAo aproximar-se da moita, ainda para certificar-se da natureza dos sons que escutara, Pedro foi encontrar um homem ca\u00eddo por terra, com as vestes ensanguentadas, respirando com dificuldades, sentindo fortes dores no peito direito. Era um homem de cor, complei\u00e7\u00e3o forte, ainda jovem. Era Jararaca, que caiu na Pra\u00e7a S\u00e3o Vicente se arrastara at\u00e9 ali, numa tentativa de fuga. Mostrando-lhe o bornal que era tamb\u00e9m a sua caixa-forte, Jararaca prometeu ao desconhecido pagar-lhe generosamente, se ele encontrasse em algum lugar e lhe viesse trazer um pouco de \u00e1gua, sal de cozinha e pimenta-malagueta. E tamb\u00e9m um canudo de mamoeiro\u201d.<\/p>\n

Pedro Tom\u00e9 prometeu atender-lhe o pedido. Recebeu o dinheiro de Jararaca e foi \u00e0 procura do primeiro soldado que descobrisse no caminho. Entre o instante do encontro do comerciante com o cangaceiro ferido e a vinda dos soldados que o prenderam, desapareceram o dinheiro, as joias e outros objetos de ouro e quase todos os demais pertences do cangaceiro.<\/p>\n

J\u00e1 na delegacia e atendido por um m\u00e9dico, Jararaca insistia em obter o canudo de mamoeiro e pimenta-malagueta. Perguntaram-lhe como usar isso, e ele, explicou, dizendo: \u201cNo bando, quando algu\u00e9m recebe ferimento como este, sopra a malagueta pelo canudo colocado na ferida. Sai a salmoura no outro lado. Arde muito, mas a gente fica curado.”<\/p>\n

Continua Fenelon: \u201cJararaca dava sinais de que estava melhorando, mas s\u00e1bado, dia 18 de junho de 1927, alta hora da noite, o capit\u00e3o Abdon Nunes de Carvalho, retirara o cangaceiro da cadeia, dizendo que ia lev\u00e1-lo para Natal. Ao inv\u00e9s disso, levaram-no diretamente para o cemit\u00e9rio local, onde uma cova estava aberta \u00e0 sua espera\u201d.<\/p>\n

\"Ponte<\/a>
Ponte sobre o rio que divide a cidade.<\/figcaption><\/figure>\n

Ao ordenarem ao condenado que descesse do ve\u00edculo e entrasse no cemit\u00e9rio, o motorista Homero Couto ouviu quando Jararaca disse, a meia voz: -\u201cValha-me, Nossa Senhora!” Ao ver a cova que lhe fora preparada, Jararaca tornou a falar: “Voc\u00eas querem me matar. Mas n\u00e3o vou chorar de medo, n\u00e3o. Nem pedir de m\u00e3os postas pra n\u00e3o me tirar \u00e0 vida. Voc\u00eas v\u00e3o ver como \u00e9 que morre um cangaceiro”.<\/p>\n

N\u00e3o havia \u00f3dio nos gestos e palavras de Jararaca. Havia desprezo, muito desprezo; n\u00e3o \u00f3dio. Foi o que relatou o rep\u00f3rter Lauro da Esc\u00f3ssia, que entrevistou um dos matadores de Jararaca.<\/p>\n

O bandido estava com as m\u00e3os amarradas \u00e0s costas. Primeiro, uma coronhada na nuca. Em seguida um golpe de sabre esfacela a garganta. Ainda se debatendo o corpo de Jararaca foi pisoteado e depois empurrado o interior da cova. Imediatamente, cobriram-no de terra quando ele ainda estava de olhos abertos.<\/p>\n

Alguns anos depois Jararaca foi mote de uma gra\u00e7a alcan\u00e7ada por Neide Santiago, funcion\u00e1ria da Estrada de Ferro de Mossor\u00f3, que em agradecimento ergueu um t\u00famulo ao cangaceiro. A onda espalhou-se e hoje \u00e9 o t\u00famulo mais visitado de Mossor\u00f3. Na l\u00e1pide est\u00e1 escrito: \u201cAqui Jaze Jos\u00e9 Leite de Santana, vulgo \u2018Jararaca\u2019. Nasceu em 1901- Faleceu-19-06-1927\u201d.<\/p>\n

\"Mossor\u00f3<\/a>
Mossor\u00f3 Moto Show – um \u00f3timo encontro de motociclistas.<\/figcaption><\/figure>\n

Nessa cidade acontece tamb\u00e9m o Mossor\u00f3 Moto Show, promovido pelos Carcar\u00e1s dos Asfalto, um dos maiores e mais bem organizados encontros de motos do Nordeste. Todas as motos re\u00fanem-se na Esta\u00e7\u00e3o das Artes onde fica o Museu do Petr\u00f3leo e est\u00e1 entre a Igreja de Santa Luzia e a de S\u00e3o Vicente.<\/p>\n

\"Mais<\/a>
Mais uma aventura por este Nordeste de meu Deus!<\/figcaption><\/figure>\n

Eu e Jan Messias pudemos sentir de perto o clima daquela luta e imaginar como foi corajoso o prefeito Rodolfo Fernandes e seus valentes comandados. Mossor\u00f3 \u00e9 uma cidade rica em cultura, em sal, petr\u00f3leo, em belas praias e em coragem, pois para proteger tanta riqueza e beleza n\u00e3o precisam de mais nada al\u00e9m do seu povo. Meu amigo, quem botou Lampi\u00e3o pra correr e fez at\u00e9 cangaceiro virar santo \u00e9 capaz de fazer at\u00e9 mesmo aquilo que todos n\u00f3s chamamos de \u201cimposs\u00edvel\u201d.<\/p>\n

Fotos: Jan Messias, arquivo do\u00a0 Memorial da Resist\u00eancia
\nReportagem: Luis Sucupira
\nAgradecimentos – Make Safe – Alarmes presenciais e Nikkei Motos Kawasaki.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Mossor\u00f3 n\u00e3o \u00e9 conhecida apenas pelas suas riquezas, pelo ouro branco e negro, mas pela bravura e determina\u00e7\u00e3o de seu povo.<\/p>\n","protected":false},"author":22,"featured_media":216430,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"site-sidebar-layout":"default","site-content-layout":"default","ast-global-header-display":"","ast-main-header-display":"","ast-hfb-above-header-display":"","ast-hfb-below-header-display":"","ast-hfb-mobile-header-display":"","site-post-title":"","ast-breadcrumbs-content":"","ast-featured-img":"","footer-sml-layout":"","theme-transparent-header-meta":"","adv-header-id-meta":"","stick-header-meta":"","header-above-stick-meta":"","header-main-stick-meta":"","header-below-stick-meta":"","footnotes":""},"categories":[14,1343],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/216429"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/22"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=216429"}],"version-history":[{"count":10,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/216429\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":216530,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/216429\/revisions\/216530"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/216430"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=216429"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=216429"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=216429"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}