No mercado do choro h\u00e1 os que compram len\u00e7os e aqueles que os vendem. O mercado de Duas Rodas, em 2014, viveu estes dois momentos. O segmento de motos at\u00e9 449 cilindradas comprou len\u00e7os para chorar pelos 16% de queda segundo Abraciclo, Associa\u00e7\u00e3o Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares. Por outro lado, o segmento de BIG BIKES, \u2013 motos acima de 450 cilindradas, estava vendendo len\u00e7o pelo segundo ano consecutivo.<\/span><\/em><\/p>\n <\/a>A for\u00e7a desse setor se mostra pelas marcas mundiais que aqui chegaram, que j\u00e1 estavam aqui h\u00e1 tempos e que devem chegar em 2015 \u2013 Ducati, KTM, BMW, Kawasaki, Triumph, MV Agusta, Harley, Indian, Suzuki e por ai vai. Este setor lan\u00e7ou em 2013 37 novos modelos e em 2014 outros 34. Enquanto isso, o segmento que \u2018chora\u2019 lan\u00e7ou 20 modelos em 2013 e apenas 5 em 2014.<\/p>\n Voltando aos \u2018len\u00e7os\u2019, no segmento que \u2018chora\u2019 deixou de produzir cerca de 170.707 motos e de vender algo em torno de 77.982 em rela\u00e7\u00e3o a 2013. Uma queda de pouco mais de 16% no atacado e de 10,8% no varejo, respectivamente.Ou seja: al\u00e9m de levar no atacado, tomou tamb\u00e9m no varejo.<\/p>\n Por outro lado, as \u2018premium\u2019 ou \u2018big bikes\u2019, venderam ainda mais \u2018len\u00e7o\u2019. Elas venderam a mais, em rela\u00e7\u00e3o a 2013, no atacado, cerca de 3.821 unidades e no varejo algo em torno de 4.975 unidades em rela\u00e7\u00e3o a 2013. Respectivamente 8,4% e 10,8%. Belo n\u00famero, n\u00e3o?<\/p>\n Para encerrar a fase de choro e ranger de dentes, a produ\u00e7\u00e3o dessas motos ficou assim \u2013 compradores de len\u00e7o: 168.405 a menos em rela\u00e7\u00e3o a 2013. Vendedores de len\u00e7o: 5.344 unidades a mais que em 2013.<\/p>\n Mas, por que tanta diferen\u00e7a?<\/strong><\/p>\n <\/a>O segmento de motos small bikes \u2013 motos at\u00e9 449cc est\u00e1 ainda a pagar o pre\u00e7o da falta de cr\u00e9dito ocasionada pelos sucessivos erros de avalia\u00e7\u00e3o e de concess\u00e3o de cr\u00e9dito que resultou numa inadimpl\u00eancia elevada a ponto de muitas financeiras e operadores de cr\u00e9dito praticamente abandonarem este mercado. Por outro lado, o segmento de \u2018big bikes\u2019 ou motos \u2018premium\u2019, aquelas acima de 450cc, tem cr\u00e9dito farto e sobrando e uma inadimpl\u00eancia abaixo do esperado.<\/p>\n Isso de se deve ao perfil do consumidor destes produtos. Um usa a moto para tudo e o outro, na maioria das vezes, apenas para lazer. Pelo extrato de modelos de tipos de financiamento podemos ver que \u2018\u00c0 Vista\u2019, \u2018CDC\u2019 e \u2018Cons\u00f3rcio\u2019 est\u00e3o praticamente empatados em 2014 e apenas o modelo \u2018\u00c0 Vista\u2019 cresceu em rela\u00e7\u00e3o a 2013. Este dado carrega em parte o modelo de neg\u00f3cios praticado no segmento \u2018premium\u2019 o qual vende muitas motos \u00e0 vista e o a prazo geralmente \u00e9 feito em cart\u00e3o e normalmente fica em 40% da moto comprada.<\/p>\n Apesar de movimentar grandes somas em dinheiro, o segmento Premium recebe constantes queixas dos revendedores a respeito da margem as quais consideram pequenas. Fora esta pequena l\u00e1grima, o segmento de motos Premium n\u00e3o tem do que reclamar no Brasil, pois nunca se vendeu tanta moto de alta cilindrada neste pa\u00eds, tanto no segmento de novas motos, como no segmento de motos usadas.<\/p>\n Muitas motos \u2018zero\u2019 est\u00e3o entrando nas ruas a raz\u00e3o de 4,270 motos\/m\u00eas ou, se preferir, 142 motos \u2018premium\u2019 por dia e\/ou ainda 6 \u2018big bikes\u2019 por hora. Sim! E eu n\u00e3o falei do mercado de usados que n\u00e3o tem dados t\u00e3o confi\u00e1veis assim. Mas somando os dois \u00e9 poss\u00edvel especular que, a cada hora, temos 10 \u2018big bikes\u2019 sendo comercializadas no Brasil, entre novas e usadas. \u00c9 um n\u00famero fabuloso!<\/p>\n O que d\u00e1 para rir, tamb\u00e9m d\u00e1 pra chorar.<\/strong><\/p>\n