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{"id":217515,"date":"2015-01-08T15:22:43","date_gmt":"2015-01-08T17:22:43","guid":{"rendered":"http:\/\/www.luissucupira.com.br\/?p=217515"},"modified":"2015-01-16T20:17:48","modified_gmt":"2015-01-16T22:17:48","slug":"motos-no-ano-do-salao-duas-rodas-as-perpectivas-nao-empolgam-o-mercado-premium","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/motos-no-ano-do-salao-duas-rodas-as-perpectivas-nao-empolgam-o-mercado-premium\/","title":{"rendered":"Motos – No ano do Sal\u00e3o Duas Rodas as perpectivas n\u00e3o empolgam o mercado Premium"},"content":{"rendered":"

No final de 2014 escrevi um artigo (Mercado: enquanto uns choram, outros vendem len\u00e7os) onde destacava o crescimento das Premium enquanto o segmento cub\/small agonizava mais um ano de perda.<\/p>\n

Acontece que dois slides, um publicado pela Abraciclo – Associa\u00e7\u00e3o Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares e outro publicado pelo Motonline me chamaram a aten\u00e7\u00e3o. Decidi estudar um pouco mais, pois, aqueles slides poderiam estar me passando uma tend\u00eancia que poderia determinar o que viria a ser 2015 para as Premium. Vejam os dois slides abaixo. Os fabricantes n\u00e3o comentam mas o sentimento \u00e9 bem semelhante, apesar de guardarem algumas particularidades.<\/p>\n

\"art3\"Apesar das Premium estarem crescendo enquanto small e cub amargam mais um ano de preju\u00edzo, um fato \u00e9 comum aos dois mercados e ele est\u00e1 representado no slide \u201801\u2019. Vejamos.<\/p>\n

\"art2\"<\/a>Desde de 2004 que o pre\u00e7o das motos vem caindo em rela\u00e7\u00e3o ao IPCA \u2013 \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Ampliado. Veja que a moto que deveria estar custando hoje R$ 7.900,00 est\u00e1 a custar R$ 5.800,00.\u00a0 Mas voc\u00ea diria que \u201cest\u00e3o vendendo mais e por isso os pre\u00e7os ca\u00edram\u201d. N\u00e3o. Desde 2011 que o mercado continua a cair na raz\u00e3o de dois d\u00edgitos por ano e mesmo assim os pre\u00e7os n\u00e3o s\u00e3o corrigidos como deveriam. Importante registrar que isso est\u00e1 acontecendo com a maioria das motos produzidas no Brasil e at\u00e9 mesmo com algumas importadas. Acontece que os pre\u00e7os est\u00e3o sendo subsidiados, as margens ficando apertadas e em alguns casos a op\u00e7\u00e3o \u2018sem margem nenhuma\u2019 j\u00e1 foi considerada e usada. Tudo isso foi feito e est\u00e1 sendo feito apostando que o mercado chegar\u00e1 a um ponto de equil\u00edbrio que justificar\u00e1 tamanha press\u00e3o e sacrif\u00edcio sobre a rentabilidade.<\/p>\n

Voc\u00ea pode argumentar que esta queda no pre\u00e7o se deve \u201caos custos de produ\u00e7\u00e3o que ca\u00edram e a alguma redu\u00e7\u00e3o de impostos\u201d. Pode at\u00e9 ter ocorrido alguma \u201credu\u00e7\u00e3o de custos na produ\u00e7\u00e3o\u201d, mas com certeza nada que contaminasse todos os fabricantes. Por\u00e9m, quanto a redu\u00e7\u00e3o de impostos vale lembrar que as empresas que est\u00e3o instaladas na Zona Franca de Manaus e portanto, sob o controle da SUFRAMA, n\u00e3o pagam impostos de importa\u00e7\u00e3o e nem IPI \u2013 Imposto sobre Produtos Industrializados. Os impostos que incidem sobre as motos montadas em Manaus (CKD) s\u00e3o os estaduais, tipo ICMS que \u00e9 pago no momento da entrada da mercadoria no estado de destino e cuja a al\u00edquota varia de acordo com a pol\u00edtica fiscal de cada unidade da federa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

O que \u00e9 CKD?<\/strong><\/p>\n

CKD (Completely Knock-Down\u00a0ou\u00a0Complete Knock-Down, em\u00a0ingl\u00eas) s\u00e3o conjuntos de motocicletas\u00a0criados geralmente nos centros de produ\u00e7\u00e3o para exporta\u00e7\u00e3o e posterior montagem das motos nos pa\u00edses receptores destes kits, geralmente f\u00e1bricas menores ou com produ\u00e7\u00e3o reduzida.<\/p>\n

Os kits visam obten\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios fiscais, principalmente na importa\u00e7\u00e3o, uma vez que os ve\u00edculos s\u00e3o montados no pa\u00eds de destino, gerando empregos, ao contr\u00e1rio dos ve\u00edculos importados j\u00e1 montados (CBU); os quais, exatamente por isso, pagam, no Brasil, todos os impostos sem nenhuma isen\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Ainda temos as pe\u00e7as de reposi\u00e7\u00e3o e que por serem enviadas para este \u00fanico fim, pagam IPI e Imposto de Importa\u00e7\u00e3o da mesma forma que a moto importada que chega aqui montada. Talvez esteja aqui uma parte da culpa delas serem t\u00e3o caras aqui. Apesar de existir grande press\u00e3o sobre as montadoras de motos para que o \u00edndice de nacionaliza\u00e7\u00e3o inclua ainda uma maior participa\u00e7\u00e3o das pe\u00e7as de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, a queda de bra\u00e7o, nesse sentido, anda longe de terminar. Lan\u00e7ar um produto montado no Brasil (CKD) \u00e9 apresentar um produto isento de alguns importantes impostos. Agora, motos importadas j\u00e1 montadas (CBU) e as pe\u00e7as de reposi\u00e7\u00e3o, pagam todos os impostos relativos a essa opera\u00e7\u00e3o e por isso, nessa categoria, tornam-se muito caras.<\/p>\n

Quando \u2018mais\u2019 pode ser \u2018menos\u2019<\/strong><\/p>\n

\"3\"<\/a>Grande parte da produ\u00e7\u00e3o nacional de motocicletas n\u00e3o paga impostos como IPI e IIP (podemos dizer que 90% s\u00e3o montadas ou fabricadas no Brasil com alto \u00edndice de nacionaliza\u00e7\u00e3o).<\/p>\n

Se n\u00e3o s\u00e3o os impostos os maiores respons\u00e1veis pela redu\u00e7\u00e3o das margens dos fabricantes e dos pre\u00e7os ent\u00e3o, o que seria? \u201cO cr\u00e9dito!\u201d Sim! Mas no caso das motos Premium este problema n\u00e3o existe e, mesmo assim, eles est\u00e3o com a rentabilidade bem prejudicada, igual ou at\u00e9 pior que a categoria das small\/cub.<\/p>\n

As Premium mesmo em um quadro geral de crise para o setor de Duas Rodas cresceram suas vendas na ordem de 10,8% (4.975 unidades). \u201cSensacional!\u201d, diria voc\u00ea. Realmente parece muito bom. Parece… Por\u00e9m se olharmos os n\u00fameros de vendas no atacado, fornecidos pela mesma Abraciclo, veremos que somente a Triumph, em 2014, vendeu 3.897 unidades, contra metade desse n\u00famero no ano de 2013 \u2013 ou seja: vendeu tudo o que produziu. Enquanto isso as outras marcas est\u00e3o dividindo fatias menores desse bolo, que realmente cresceu, mas que tem \u2018mais bocas\u2019 para alimentar e, por isso, podemos especular, que muitas dessas marcas estejam com a \u2018\u00e1gua j\u00e1 na altura do nariz\u2019 \u2013 no limite! O slide \u201802\u2019 nos mostra isso de maneira mais clara.<\/p>\n

Um dado curioso \u00e9 que BMW, Kawasaki, Harley-Davidson e Suzuki venderam mais motos no atacado do que produziram e BMW, Kawasaki e Suzuki venderam mais motos no varejo do que produziram. Isso mostra respectivamente que todas estiveram desovando estoques antigos; sejam eles na revenda ou no estoque de f\u00e1brica. O problema \u00e9 que o bolo cresceu, mas a quantidade de pessoas para com\u00ea-lo foi bem maior do que o imaginado e, assim, as fatias ficaram menores. Apesar de ter gerado um grande bolo podemos dizer tamb\u00e9m que o segmento de motos Premium, mesmo crescendo pelo segundo ano consecutivo, pode sim estar com sua rentabilidade no limite ou perto disso, por conta da quantidade de players que hoje existem no mercado nacional. E voc\u00eas j\u00e1 sabem que quando a \u201cfarinha \u00e9 pouca, sirvam o meu pir\u00e3o primeiro\u201d.<\/p>\n

Outro fato interessante a perceber est\u00e1 na tend\u00eancia da Yamaha e da Honda, dois grandes e hist\u00f3ricos concorrentes no mercado nacional. Os n\u00fameros fechados em 2014 guardaram essa propor\u00e7\u00e3o e isso significa que ambos est\u00e3o apostando em um crescimento de vendas (est\u00e3o produzindo bem mais que a sua m\u00e9dia hist\u00f3rica) em raz\u00e3o de novos lan\u00e7amentos e nesse campo quem se deu muito bem em 2014 foi a Yamaha que com o lan\u00e7amento de motos como a Crosser, por exemplo conseguiu crescer, enquanto sua concorrente caiu em rela\u00e7\u00e3o a 2013.<\/p>\n

A marola escondia um maremoto…<\/strong><\/p>\n

Sabemos que o Brasil \u00e9 um grande mercado em potencial para motos, principalmente para motos de alta cilindrada. \u00c1sia e Europa est\u00e3o praticamente estagnados ou em crise. Por\u00e9m, depois que a \u2018marola\u2019 virou um \u2018maremoto\u2019 e a atual crise chegou \u00e0 economia brasileira, por conta do baixo crescimento no PIB por anos seguidos, ser\u00e1 poss\u00edvel que o mercado dos que hoje \u2018vendem len\u00e7os\u2019 comece a \u2018lacrimejar\u2019 do meio do ano em diante e com grandes chances de escutarmos alguns \u2018choros\u2019 acompanhados de \u2018solu\u00e7os\u2019. Se as vendas de motos Premium n\u00e3o crescerem a ponto de aliviar a press\u00e3o sobre as margens e, portanto, uma melhor rentabilidade, teremos configurada a possibilidade de preju\u00edzo e n\u00e3o se sabe at\u00e9 quando a maioria das montadoras, principalmente de motos Premium, aguentar\u00e1 subsidiar seus pre\u00e7os para manter as vendas.<\/p>\n

Caso uma \u2018mar\u00e9 vermelha\u2019 venha a se confirmar, s\u00f3 nos restar\u00e1 aguardar quem ser\u00e1 o primeiro a jogar a toalha. Tomara que no fim do semestre todos consigam superar o mau tempo e voltar a navegar em seguran\u00e7a. At\u00e9 l\u00e1 perceberemos um sorriso nervoso, carregado de ansiedade, a qual pode deixar o sistema, nervoso o suficiente, para ir do riso \u00e0s l\u00e1grimas numa fra\u00e7\u00e3o de segundo.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O problema \u00e9 que o bolo cresceu, mas a quantidade de pessoas para com\u00ea-lo foi bem maior do que o imaginado e, assim, as fatias ficaram menores. <\/p>\n","protected":false},"author":22,"featured_media":217520,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"site-sidebar-layout":"default","site-content-layout":"default","ast-global-header-display":"","ast-main-header-display":"","ast-hfb-above-header-display":"","ast-hfb-below-header-display":"","ast-hfb-mobile-header-display":"","site-post-title":"","ast-breadcrumbs-content":"","ast-featured-img":"","footer-sml-layout":"","theme-transparent-header-meta":"","adv-header-id-meta":"","stick-header-meta":"","header-above-stick-meta":"","header-main-stick-meta":"","header-below-stick-meta":"","footnotes":""},"categories":[14],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/217515"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/22"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=217515"}],"version-history":[{"count":4,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/217515\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":217580,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/217515\/revisions\/217580"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/217520"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=217515"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=217515"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=217515"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}