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{"id":224599,"date":"2016-12-19T11:56:47","date_gmt":"2016-12-19T13:56:47","guid":{"rendered":"http:\/\/www.luissucupira.com.br\/?p=224599"},"modified":"2021-05-14T14:00:24","modified_gmt":"2021-05-14T17:00:24","slug":"agreste-quixelo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/agreste-quixelo\/","title":{"rendered":"Agreste, Quixel\u00f4 (CE) \u2013 A incr\u00edvel hist\u00f3ria de uma comunidade nascida da f\u00e9"},"content":{"rendered":"
\"Igreja<\/a>
Igreja de Nossa Senhora das Dores do Agreste<\/figcaption><\/figure>\n

\u00a0<\/em><\/p>\n

Sert\u00e3o Central do Cear\u00e1, em algum dia de setembro de 1928, antes da data dedicada a Nossa Senhora das Dores, oito l\u00e9guas depois de Iguatu, o sil\u00eancio da caatinga \u00e9 interrompido pela ladainha de uma leva de tropeiros que est\u00e3o a entoar c\u00e2nticos repetidos em favor da f\u00e9. De ter\u00e7o na m\u00e3o, seguem rumo a Agreste. Essa \u00e9 uma viagem hist\u00f3rica que mudaria para sempre os rumos da comunidade.<\/em><\/p>\n

Anos depois da Seca do Quinze, uma estiagem devastadora que matou milh\u00f5es de pessoas pelo Nordeste, um homem leva na bagagem uma carga importante.<\/em><\/p>\n

Ainda faltam quatro l\u00e9guas para chegar a Agreste onde, finalmente, a imagem de Nossa Senhora das Dores ir\u00e1 tomar posse da igreja constru\u00edda em sua homenagem.<\/em><\/p>\n

\"\"<\/a>
Igreja de Nossa Senhora das Dores de Agreste<\/figcaption><\/figure>\n

J\u00e1 s\u00e3o tr\u00eas cansativos dias de viagem de volta de Iguatu, mas o sacrif\u00edcio de alguns anos de luta para erguer o templo em homenagem a santa ter\u00e1 a sua miss\u00e3o completada. Al\u00e9m da imagem da santa, carregada por apenas um jumento com uma perfeita cruz desenhada de nascen\u00e7a \u00e0s costas, est\u00e3o outros carregando v\u00edveres e utens\u00edlios que a terra de Agreste n\u00e3o produz.<\/em><\/p>\n

O mentor de toda essa a\u00e7\u00e3o de f\u00e9 \u00e9 Pedro Castro Lima que aos 40 anos est\u00e1 prestes a cumprir sua profiss\u00e3o de f\u00e9. Nascido em 1888, ano da Liberta\u00e7\u00e3o dos Escravos, sua luta pela liberdade da alma continua.<\/em><\/p>\n

Um dia depois chegam a Agreste e a santa ganha seu lugar no centro do altar envolta em grande festa e ora\u00e7\u00f5es. Ao lado esquerdo dela est\u00e1 a Santo Ant\u00f4nio e \u00e0 sua direita a Sagrada Fam\u00edlia.<\/em><\/p>\n

Um sino de bronze, bastante pesado, tamb\u00e9m foi colocado para poder chamar os fi\u00e9is para a missa. Agreste tinha \u00e1gua boa, uma igreja, muita f\u00e9 e gente trabalhadeira. Estava pronta para crescer. Estava.<\/em><\/p>\n

Voltemos a 2016: A Agreste de hoje. <\/strong><\/p>\n

Agreste era um lugar vivo, com muitas casas boas e muitas novenas, muita fartura em festas e leil\u00f5es animados. Batizados eram constantes, crismas tamb\u00e9m. A f\u00e9 ali tinha sua morada e miss\u00e3o, mas um dia, n\u00e3o se sabe por qu\u00ea as pessoas foram morrendo e depois de 1956, ano da morte de Pedro Castro Lima, a coisas come\u00e7aram a mudar definitivamente.<\/p>\n

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Ru\u00ednas de casar\u00e3o ao fundo<\/figcaption><\/figure>\n

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As cidades cresceram no sentido contr\u00e1rio a Agreste e aos poucos a comunidade foi definhando, perdendo moradores e suas casas sendo abandonadas. Reza uma lenda que depois de uma morte em uma quermesse as coisas pioraram ainda mais.<\/p>\n

D\u00e9cadas depois o distrito de Bom Jesus de Quixel\u00f4, emancipa-se e passa a chamar-se Quixel\u00f4 e Agreste passa a fazer parte dele. A sede, anteriormente Iguatu, que estava a tr\u00eas dias de caminhada, agora era Quixel\u00f4 e estava bem mais perto. Assim as pessoas foram migrando para mais pr\u00f3ximo da nova cidade, outras morrendo e as casas foram, aos poucos, sendo abandonadas.<\/p>\n

Agreste come\u00e7ava a transformar-se em uma cidade-fantasma.<\/p>\n

Dona Vanda<\/strong><\/p>\n

\"dsc_0903\"<\/a>
Dona Vanda, a mem\u00f3ria viva do lugar. Neta de Pedro Castro Lima<\/figcaption><\/figure>\n

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Atualmente Agreste tem uma comunidade que est\u00e1 a tr\u00eas quil\u00f4metros de onde est\u00e1 a igreja de Nossa Senhora das Dores, local onde foi erguido\u00a0o antigo povoado.<\/p>\n

\"\"<\/a>
O pequeno Luiz<\/figcaption><\/figure>\n

Ao chegarmos onde residem as pessoas da nova Agreste, a porteira \u00e9 aberta pelo pequeno e esperto Luiz e foi l\u00e1 que encontramos dona Vanda, neta de Pedro Castro Lima. Aos 80 anos ela \u00e9 a mem\u00f3ria viva do lugar e entre um caf\u00e9 e algumas fotos nos conta mais detalhes sobre a hist\u00f3ria de uma comunidade que de viva restou apenas a igreja e a f\u00e9 das pessoas que l\u00e1 ficaram.<\/p>\n

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A caixinha de guardar dinheiro e o ba\u00fa de pertences<\/figcaption><\/figure>\n

Dona Vanda nos mostra seu ba\u00fa de pertences, a caixinha de guardar dinheiro que herdou de sua m\u00e3e e fala como criou os filhos no caldo do mugunz\u00e1. Diz ela que antes, as mulheres tinham que providenciar a comida e cuidar das coisas de casa, dos filhos, do marido e hoje, quando os maridos j\u00e1 trazem a comida da rua, pronta para fazer, ainda reclamam, pois \u201cn\u00e3o sabem o que era o trabalho que dava\u00a0para comer arroz que tinha que ser batido e peneirado para separar o gr\u00e3o da palha.\u201d Destaca ela com muito bom humor.<\/p>\n

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Caminhando pela antiga Agreste<\/strong><\/p>\n

Agreste n\u00e3o tem mais que 25 pessoas morando na comunidade. Elas est\u00e3o em um novo lugar, distante cerca de tr\u00eas quil\u00f4metros da igreja de Nossa Senhora das Dores do Agreste. Vivem da terra e da cria\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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Clique para ampliar<\/strong><\/em><\/h6>\n