Warning: Constant WP_DEBUG already defined in /home/sucupira/public_html/wp-config.php on line 248

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/sucupira/public_html/wp-config.php:248) in /home/sucupira/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1831

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/sucupira/public_html/wp-config.php:248) in /home/sucupira/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1831

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/sucupira/public_html/wp-config.php:248) in /home/sucupira/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1831

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/sucupira/public_html/wp-config.php:248) in /home/sucupira/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1831

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/sucupira/public_html/wp-config.php:248) in /home/sucupira/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1831

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/sucupira/public_html/wp-config.php:248) in /home/sucupira/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1831

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/sucupira/public_html/wp-config.php:248) in /home/sucupira/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1831

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/sucupira/public_html/wp-config.php:248) in /home/sucupira/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1831
{"id":224711,"date":"2017-02-28T12:09:36","date_gmt":"2017-02-28T15:09:36","guid":{"rendered":"http:\/\/www.luissucupira.com.br\/?p=224711"},"modified":"2017-02-28T12:25:48","modified_gmt":"2017-02-28T15:25:48","slug":"a-vassouras-de-ze-santana-o-lugar-onde-as-pedras-viraram-peixes","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/a-vassouras-de-ze-santana-o-lugar-onde-as-pedras-viraram-peixes\/","title":{"rendered":"A Vassouras de Z\u00e9 Santana: O lugar onde as pedras viraram peixes"},"content":{"rendered":"
\n
<\/a><\/span><\/div>\n
<\/div>\n
Domingo de Carnaval. No s\u00edtio nenhuma diferen\u00e7a dos dias como s\u00e3o. A diferen\u00e7a somos n\u00f3s que chegamos da cidade para quebrar a rotina de paz do lugar.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n
\n
Estamos no Jiqui, em Quixel\u00f4 e, como de h\u00e1bito, ap\u00f3s algumas cervas, conversamos e descobrimos lugares interessantes para conhecer em busca de uma boa hist\u00f3ria. Desta vez vamos \u00e0 Vassouras pen\u00faltimo distrito de Quixel\u00f4 antes de chegar \u00e0 Ilha Grande, onde termina o munic\u00edpio.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n
\n
<\/a>Estamos na \u00e9poca das primeiras chuvas. Ainda n\u00e3o \u00e9 inverno, mas a transforma\u00e7\u00e3o j\u00e1 come\u00e7a a aparecer. Os p\u00e9s de cajarana come\u00e7am a florar. Alguns j\u00e1 est\u00e3o dando frutos. As melancias tomam forma e o mandacaru libera seus frutos. \u00c9 um festival de cores e sabores.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n
\n
<\/a>A natureza sabe que haver\u00e1 festa de fartura e j\u00e1 come\u00e7a a vestir-se para o grande momento das chuvas. Muita pompa e circunst\u00e2ncia. O que antes parecia morto, hoje se torna belo.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n
\n
A caminho de Vassouras encontramos um peda\u00e7o de moinho; parte de um engenho abandonado, no meio do tempo e logo ao lado a casa.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n
\n
<\/a>A estrada segue e vamos rumo ao que sobrou, em Vassouras, do a\u00e7ude Or\u00f3s. Vamos ao fundo do po\u00e7o. Aqui n\u00e3o se planta, apenas pescam.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n

Chegamos! A vis\u00e3o \u00e9 desoladora.<\/span><\/h2>\n
<\/div>\n
\n
<\/a>A retirada de forma descontrolada de \u00e1gua para a capital e outras cidades t\u00eam piorado a vida que quem vive do a\u00e7ude. A \u00e1gua baixa e fica s\u00f3 a lama, que para nada serve. \u00c9 o sertanejo pagando o pre\u00e7o da falta de planejamento das cidades grandes e da demora na chegada da Transposi\u00e7\u00e3o do S\u00e3o Francisco. Mas o nordestino \u00e9 antes de tudo um forte. O que s\u00e3o mais dois meses para quem venceu cinco anos da pior seca da hist\u00f3ria?<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n
\n
Para chegar ao por\u00e3o, onde s\u00f3 existe uma fina camada de \u00e1gua de pouco mais de um metro, teremos que andar por mais quinhentos metros e sempre descendo.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n
\n
\"\"<\/a>Na descida vamos tomando conhecimento da hist\u00f3ria que se esconde debaixo da \u00e1gua. Muitos caramujos mortos, cercados para piscicultura desativados e empilhados, pedras que serviram de \u00e2ncora ainda com as cordas amaradas nelas, lixo, copos de pl\u00e1stico, garrafas pet, rem\u00e9dio perdido e at\u00e9 camisinhas.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n
\n
Na medida que avan\u00e7amos o solo fica mais rachado. Seco na ponta \u00e9 mole como um pudim embaixo e, em outros pontos, \u00e9 lama pura. Andar descal\u00e7o neste tipo de terreno \u00e9 correr risco de cortar-se em cascos de caramujos e vir a pegar uma grave infec\u00e7\u00e3o. Eles ficam no recheio da lama. Ao pisar a borda pode lhe cortar a pele e basta um pequeno corte, sem muita import\u00e2ncia, para a coisa complicar depois.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n
\n
<\/a>A lama que fica perto do por\u00e3o do a\u00e7ude vai se tornando outra armadilha. Andar ou cair ali pode significar a morte. Afundar \u00e9 certo. Jogamos algumas pedras no que parecia um inocente trecho de praia molhada e logo vimos que elas somem completamente. A capa \u00e9 na realidade uma armadilha cruel que muitos chamam de areia movedi\u00e7a.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n
\n
N\u00e3o conseguimos passar deste ponto, mas de longe a gente v\u00ea os troncos das \u00e1rvores que ficavam submersos e estavam assim h\u00e1 d\u00e9cadas. Neste ponto do a\u00e7ude Or\u00f3s, que se pode considerar raso, quando cheio, a profundidade \u00e9 de uns 25 metros.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n
\n
<\/a>Logo adiante, na linha do horizonte, um morro com uma antena no topo avisa que do outro lado \u00e9 Iguatu e ali \u00e9 o distrito de Jos\u00e9 de Alencar.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n

De pedra \u00e0 peixes<\/span><\/h2>\n
<\/div>\n
\n
<\/a>Na volta fizemos caminho diferente e encontramos uma cerca de pedras feita h\u00e1 algumas boas d\u00e9cadas pelo senhor Chico Alves. Ela foi montada inteiramente \u00e0 m\u00e3o apenas encaixando as pedras umas nas outras. Quando voc\u00ea olha de longe, parece um muro de pedras, mas quando chega perto descobre que n\u00e3o h\u00e1 um grama de argamassa para manter as pedras todas juntas. A solu\u00e7\u00e3o da cerca de pedras foi tomada para que o solo fosse descoberto para o plantio, para criar pastagem, mas n\u00e3o deu certo totalmente e o que seria viver da agricultura e pecu\u00e1ria, virou comer da pesca. Da\u00ed Vassouras, nome dado ao tipo de cerca feito com peda\u00e7os de pedras.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n
\n
\"\"<\/a>No caminho paramos para degustar uma iguaria da caatinga: o fruto do mandacaru que chamam tamb\u00e9m de xique-xique. Quem conhece esse fruto sabe que n\u00e3o morre de fome na caatinga. Parece um kiwi, mas \u00e9 absurdamente belo em um tom de vinho com gr\u00e3os pretos envoltos por uma casca verde. N\u00e3o bastasse ser belo \u00e9 muito saboroso. O tempo bom de comer \u00e9 quando a casca fica vermelha. Neste momento ele fica doce.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n
\n
<\/a>Em Vassouras fomos conhecer o senhor Z\u00e9 Santana, o mais antigo morador vivo do lugar. Uns bons dedos de prosa foram trocados no bar da Neuza enquanto revis\u00e1vamos as fotos.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n
\n
Era hora de voltar. Vassouras \u00e9 uma ponta de um gigante chamado Or\u00f3s que quase secou, mas deu na lama. <\/span><\/div>\n<\/div>\n
\n
Prostrado, quase sem \u00e1gua, na pior seca desde a Seca do Quinze, o Or\u00f3s mostra seus segredos mantidos escondidos por muito tempo e que logo estar\u00e3o submersos para sempre, se Deus quiser, a partir deste ano, quando o n\u00edvel das \u00e1guas voltar a subir.<\/span><\/div>\n
<\/div>\n<\/div>\n
\n
<\/a>Onde n\u00f3s fomos, no futuro ser\u00e1 apenas hist\u00f3ria. N\u00f3s trouxemos as fotos, n\u00e3o vimos o dil\u00favio, mas pisamos na lama que nunca mais queremos ver por aqui.<\/span><\/div>\n<\/div>\n
<\/div>\n
CONFIRA A GALERIA DE IMAGENS – Clique para ampliar<\/div>\n
\n