<\/a>Poucos abrem m\u00e3o, al\u00e9m das m\u00e3es, de seus interesses para atender um pequeno ser indefeso e carente. Ningu\u00e9m tem cora\u00e7\u00e3o t\u00e3o carregado de compaix\u00e3o.<\/p>\nA mesma compaix\u00e3o que livra a cara do filho, mesmo quando a vigil\u00e2ncia do pai \u00e9 intensa. S\u00e3o as m\u00e3es que aliviam os castigos, escondem as traquinagens, defendem, protegem, arrumam uns trocos a mais. Mas elas tamb\u00e9m sabem ser duras e quando o bicho pega… D\u00f3i!<\/p>\n
Elas parecem que n\u00e3o dormem e quando os filhos chegam em casa acordam para ver como chegaram, se beberam etc. S\u00e3o elas que reclamam da hora e que querem conhecer todos os nossos amigos e dar recadinhos para as nossas namoradas com cara de ciumentas sempre dizendo frases apocal\u00edpticas do tipo: “…n\u00e3o gostei. N\u00e3o vai dar certo.” “Bom rapaz! Quem sabe?” ou a conhecid\u00edssima frase: “Quem ela pensa que \u00e9?” As m\u00e3es acordam no meio da noite para acudir de um pesadelo.<\/p>\n
S\u00e3o elas que chamamos quando a coisa fica preta e \u00e9 delas que nos escondemos quando fomos n\u00f3s a fazer a coisa ficar preta. S\u00e3o elas que com um simples abra\u00e7o curam qualquer sofrimento interno e externo, e um beijo \u00e9 um doce rem\u00e9dio contra qualquer dor da alma. Nenhuma dor \u00e9 maior do que ver o sofrimento de uma m\u00e3e que perde seu filho. O choro \u00e9 t\u00e3o forte que a mais terr\u00edvel das feras se cala e \u00e9 de quem o diabo, nessa hora, n\u00e3o se ousa rir.<\/p>\n
\u00c9 atrav\u00e9s da ora\u00e7\u00e3o de m\u00e3e que nasce o inexplic\u00e1vel poder de remover qualquer dificuldade, resolver qualquer problema, afastar qualquer mal. Talvez seja por essa raz\u00e3o que Deus dotou as m\u00e3es de sensibilidade e valentia, coragem e resigna\u00e7\u00e3o, ren\u00fancia e ousadia, afeto e firmeza.<\/p>\n
Para as m\u00e3es n\u00f3s nunca envelhecemos. Sempre seremos chamados de meninos e quando bem mais velhinhas e precisando da nossa ajuda e aten\u00e7\u00e3o, ainda assim somos obrigados a ouvir: “Menino eu ainda sou sua m\u00e3e! Obede\u00e7a-me!” E a gente, como bom filho da m\u00e3e que somos, baixamos a cabe\u00e7a e seguimos silenciosos e obedientes.<\/p>\n
Neste momento um pouco mais de respeito pelo misto de admira\u00e7\u00e3o e respeito por algu\u00e9m a quem mesmo estando longe e ausente, sempre parece estar ao lado de olho em tudo que a gente anda fazendo. Dizem que m\u00e3e a gente s\u00f3 tem uma. Eu costumo dizer que nasci mesmo para quebrar regras e elas come\u00e7aram com o fato de ter duas m\u00e3es. Uma me teve e outra me criou e as duas est\u00e3o vivas, ativas, se falam sempre e eu tenho supervis\u00e3o dobrada, pois ainda tenho que dosar a aten\u00e7\u00e3o para n\u00e3o gerar ci\u00fames. Sim! M\u00e3e tem ci\u00fames!<\/p>\n
Todas as minhas namoradas tiveram de cara duas sogras, enquanto eu, s\u00f3 uma( que as vezes valiam por duas ou mais). Os meus filhos duas av\u00f3s. Mas engana-se quem pensa que se brigar com uma a outra encobre. Parecem que elas t\u00eam um pacto: ou est\u00e1 amiga das duas ou n\u00e3o est\u00e1 de nenhuma. Lembro-me que quase sempre passava as f\u00e9rias com minha m\u00e3e Catarina e deixava minha m\u00e3e Darcy de f\u00e9rias. Eu achava que ia poder aprontar todas, pois era visita etc e tal. Engano total. Mais tarde descobri que elas conversavam e eu tinha o mesmo tratamento e supervis\u00e3o tanto fazia l\u00e1, como c\u00e1. Mudava apenas o cabelo e o tamanho.<\/p>\n
Falar nisso, ambas est\u00e3o na casa dos setenta. Jovens, ativas, sexys e trabalhadoras. Minha m\u00e3e Darcy \u00e9 \u00a0Fonoaudi\u00f3loga e professora aposentada da Universidade de Fortaleza – UNIFOR e ainda atende seus pacientes no sistema home care. Dona Catarina aposentada ganha o mundo evangelizando as pessoas. Visitas, viagens e prega\u00e7\u00e3o. Diz que n\u00e3o pode salvar o mundo, mas consegue resgatar algumas almas. As duas acordam cedo e dormem tarde. Passam o dia na rua e atrav\u00e9s do celular cuidam de controlar a casa e no caso da Dona Darcy ainda controla o papai. Diz ela que depois do Viagra tem medo de deixar o Sr. Rubens solto…<\/p>\n
Dona Catarina \u00e9 vi\u00fava e ainda namora. Uma \u00e9 morena e a outra \u00e9 ruiva. Uma \u00e9 alta e a outra mais baixa. Mas as duas s\u00e3o grandes m\u00e3es e eu um absorto sortudo de poder deleitar-me com seus cuidados e aten\u00e7\u00f5es que s\u00f3 as m\u00e3es conseguem dar. Pelo jeito que elas aceleram passam dos cem. \u00c9 dif\u00edcil falar de m\u00e3e.<\/p>\n
Ora a gente diz que m\u00e3e \u00e9 tudo, ora que m\u00e3e \u00e9 m\u00e3e… Que m\u00e3e \u00e9 isso e aquilo, mas a gente s\u00f3 consegue definir o conceito m\u00e3e quando entendemos o que significa o \u0091amor incondicional\u0092 e esse amor que as m\u00e3es nascem com ele, n\u00f3s s\u00f3 aprendemos em tenra idade. M\u00e3es, n\u00f3s amamos todas voc\u00eas por tudo que s\u00e3o e por tudo que foram e ainda pelo muito que ainda haver\u00e3o de ser.<\/p>\n
As m\u00e3es que nos olham l\u00e1 de cima, a nossa eterna saudade. As j\u00f3ias que Deus deixou em vossas m\u00e3os somos n\u00f3s, esses filhos de v\u00e1rias m\u00e3es que tentam brilhar nem que seja apenas atrav\u00e9s dos seus amorosos e reluzentes olhos.<\/p>\n
Feliz Dia das M\u00e3es!<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Escrevi este texto em 2008 e \u00e9 impressionante como ainda est\u00e1 atualizado. Apenas alguns ajustes e a\u00ed vai ele novamente.<\/p>\n","protected":false},"author":22,"featured_media":216863,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"site-sidebar-layout":"default","site-content-layout":"default","ast-global-header-display":"","ast-main-header-display":"","ast-hfb-above-header-display":"","ast-hfb-below-header-display":"","ast-hfb-mobile-header-display":"","site-post-title":"","ast-breadcrumbs-content":"","ast-featured-img":"","footer-sml-layout":"","theme-transparent-header-meta":"","adv-header-id-meta":"","stick-header-meta":"","header-above-stick-meta":"","header-main-stick-meta":"","header-below-stick-meta":"","footnotes":""},"categories":[14,1],"tags":[1381],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3500"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/22"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=3500"}],"version-history":[{"count":5,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3500\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":216868,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3500\/revisions\/216868"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/216863"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=3500"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=3500"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.luissucupira.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=3500"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}