Em depoimento prestado na delegacia de Solonópole, acompanhado de seu advogado (07/10), Gilderlanio Alves de Araújo ‘Landio Batista’, afirma que não atirou na direção das pessoas e nem em direção a Chico Gomes e João Araújo, mas as imagens colhidas no local dos disparos mostram o contrário.
Partindo do princípio que cadeiras não flutuam na gravidade ou ainda que não existe a ‘cadeira-drone’ (que voa sozinha) e que bala não faz curva; a alegação de que disparou pra cima não se sustenta. Logo abaixo é possível ver onde as balas pararam. Um tiro atravessou cinco cadeiras que estavam amontoadas uma em cima da outra. Neste caso, se colocarmos uma pessoa sentada em uma delas a chance do tiro acertar na cabeça seria grande e, portanto, um tiro fatal.
O segundo tiro acertou o encosto no alto à esquerda e se uma pessoa estivesse ali sentada o tiro teria destroçado, no mínimo, o ombro.
O terceiro tiro, cuja bala parou na parte superior da coluna também poderia ter causado um estrago ou mesmo uma vítima fatal. Portanto, a fala de Landio não condiz com o que realmente aconteceu e assim, cai por terra o principal argumento registrado no seu depoimento.
Vamos a outros questionamentos.
A arma seria de seu falecido pai e segundo ele mesmo depõe, “ficava em casa para proteger a propriedade”. Porém, todo cidadão que portar, deter, adquirir ou fornecer arma de fogo de uso permitido sem autorização estará em desacordo com a Lei, ou seja, estará cometendo um crime inafiançável. Nesses casos, o Estatuto do Desarmamento prevê pena de dois a quatro anos de prisão e pagamento de multa. Quando o porte for de armas de uso restrito, a pena varia entre três e seis anos de reclusão e multa.
Além do porte de arma de fogo, a posse sem registro também é considerada ilegal e prevê pena de dois e seis anos de prisão. Para os casos de comércio ilegal de armas (não foi informado se há registro de compra), o tempo de reclusão aumenta: de quatro a oito anos e multa.
Mas qual o poder de impacto de uma pistola 9mm?
Em outro trecho do depoimento (vide acima) Landio afirma que não houve ‘motivação política’. Em outro ponto ele informa que precisava andar armado, pois estava de posse de “uma alta quantia em dinheiro”, por ter vendido ‘um gado. A quantia não foi especificada.
No final do depoimento prestado na delegacia de Solonópole ele admite “estar sob efeito do álcool”, porém há outra confissão de crime, pois se ele estava dirigindo o carro e estava só, pela Lei não poderia dirigir. Vejam o que diz o Art. 306 do CTB: ‘Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: Penas – detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor’.
No fechamento desta matéria tomamos conhecimento que o Ministério Público do Ceará havia pedido a prisão preventiva de Landio Batista, informação inclusive veiculada na Jornal FM, dando conta que o MP havia pedido a prisão preventiva de Landio Batista por tentativa de homicídio contra familiares e a prefeita Fátima Gomes. Ocorre que, questionada, a fonte não confirmou. Porém existe a grande possibilidade da preventiva ser pedida. Por enquanto, o inquérito segue normalmente. Portanto é necessária a retificação.
Depoimento de Gilderlanio Alves de Araújo ‘Landio Batista’
Entenda o Caso – clique no link abaixo
Matéria do G1 sobre a tentativa de homicídio